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Alguns focos de tensão no mundo

Confira alguns focos de tensão que ocorrem no mundo

Com a derrocada do comunismo soviético e o fim da Guerra Fria, a humanidade iniciou a década de 1990 sonhando com um mundo melhor. ANova Ordem Econômica Mundialprometia paz e fraternidade, com oportunidades iguais para todos em um mundoglobalizado.

Não precisou esperar nem mesmo o final da década para que a humanidade percebesse que esse sonho ainda é uma realidade muito distante.

A globalização da economia mundial, com o fortalecimento dos princípiosneoliberais– abertura econômica, privatizações, afastamento do Estado da economia – foi caracterizada, ao menos nesses dez anos, uma sucessão de crises e conflitos sociais desde as áreas que permaneceram excluídas do processo, como a África e o Oriente Médio, até nas áreas onde o processo deveria ocorrer com maior sucesso, como a Europa e EUA.

Essa situação se evidenciou na série de encontros dos líderes dos países mais industrializados (G-8) que aconteceram entre abril de 2000 (Washington) e julho de 2001 (Gênova). Em todos os países (ricos) dezenas de milhares de manifestantes tumultuaram as reuniões com manifestações que reivindicavam, direta ou indiretamente, o fim da globalização. A repressão (na Itália, Canadá, EUA, Suécia, etc.) resultou em duas mortes e dezenas de feridos. Isso em países desenvolvidos !

Os fatos nos levam a crer que a globalização é um processo deconcentração privada da riqueza, ou seja, por um lado amodernizaçãodas economias periféricas e aintegração econômicaparecem diminuir a diferença que separa os países centrais do países periféricos, mas por outro asdesigualdades sociais(entre as pessoas ricas e as pessoas pobres) têm aumentado assim como aexclusão social(miséria). Parece que os habitantes de países desenvolvidos começam a sentir as conseqüências desse processo.

É impossível também desvincular totalmente o atentado ao Word Trade Center de alguma forma de protesto contra a globalização. Afinal, se as suspeitas norte americanas estiverem corretas, o atentado partiu de uma área de grande resistência ao processo de globalização da economia mundial. A resposta dos EUA também demonstra claros interesses do capitalismo global : a missão norte americana no Afeganistão promete destituir um governo hostil à globalização e implantar outro (utopicamente multiétnico) certamente mais integrado às necessidades globais. De quebra, EUA aproveita para desafogar seus imensuráveis estoques de armas encalhadas desde o colapso soviético, movimentando assim sua economia que sofre sério risco de recessão.

As contradições do processo de globalização são tantas, que seria impossível enumerá-las, mas, como tema de reflexão, o aluno poderia avaliar as situações econômicas abaixo :

1.Devido à crise gerada pelos atentados de 11 de setembro, crise, a equipe econômica do presidente George W. Bush elabora em plano de retomada de crescimento, a partir das seguintes propostas :

aumento de subsídios (intervenção do Estado na economia)

convida a população ao consumo (valorização do mercado consumidor interno)

diminuição da taxa de juros

2.Nos últimos anos, Brasil foi obrigado a recorrer ao FMI para conseguir empréstimos. O FMI é uma organização internacional criada para ajudar países necessitados, mas é fortemente influenciado pelos interesses dos EUA. Para liberar empréstimos que, utopicamente, gerariam desenvolvimento econômico, o FMI sugere que o governo das naçõesem desenvolvimento(como o Brasil) adotem as seguintes medidas :

privatizações, diminuição de subsídios e dos gastos públicos ( afastamento do Estado da economia )

aumento dos impostos (para combater o déficit público)

prioridade à exportação (valorização do mercado consumidor externo, provavelmente o norte americano)

aumento das taxas de juros

Até hoje, não foi possível estruturar o sistema capitalista de modo a viabilizar a tão sonhada distribuição de riqueza entre os povos, mas a oposição das idéias acima, tão diferentes quando se trata de promover o crescimento econômico dos EUA em relação aos países em desenvolvimento causa estranheza a qualquer um. Qual será o verdadeiro caminho da riqueza? Será que as organizações internacionais visam realmente o desenvolvimento das nações periféricas ? Talvez por causa disso, a globalização tenha tanta oposição, permitindo até mesmo o fortalecimento de movimentos ultra nacionalistas que contrariam a essência do processo de globalização.

O nacionalismo é um sentimento que se fortaleceu no século XIX, quando os Estados-nações europeus consolidavam-se simultaneamente ao surgimento minorias detentoras de riqueza e poder. Na última década do século XX esse deveria se enfraquecer, acompanhando a modernização da economia mundial. Na prática, os movimentos nacionalistas continuam fortes.

Normalmente os fatores que aglutinam povos e os levam a se sentirem uma “nação”, entre outros são:

a língua

identidade religiosa

história comum

elemento étnico

território comum

Os principais focos de tensão dos dias atuais são :

Questão Basca

Continente Áfricano

Questão Irlandesa

vÁfeganistão

Questão Curda

Caxemira

Questão Palestina

Ex-Iugoslavos

Questão Colombiana

vChina e Taiwan

Questão de Quebec

Sri Lanka

Timor-Leste

Chechênia

QUESTÃO BASCA

Localizado entre o norte da Espanha e o sudeste da França, na cercanias do Golfo de Biscaia, o País Basco é composto de três províncias espanholas (ao norte) e três francesas, numa área de 22.500 Km2. Desde os fins do século XIX, existe um movimento separatista que é fortalecido com a guerrilha ETA (Pátria Basca e Liberdade), em 1959. A Constituição espanhola de 1978 cria um alto grau de autonomia para a região. A maior parte do movimento dispõe armas, satisfeita com o novo estatuto político.

A região Basca possui hoje um grande crescimento econômico – estaleiros, siderurgias.

Alguns representantes do ETA porém, continua chocando a Espanha e o mundo com atentados terroristas.

QUESTÃO DA IRLANDA

Em 1922 foi decretada a criação do Estado Livre da Irlanda – República da Irlanda, com grande maioria da população católica. A parte norte da ilha da Irlanda, o Ulster, de maioria protestante permaneceu vinculada ao Reino Unido.

A maioria católica do Ulster diz ser discriminada política, social e economicamente, fazendo nascer a idéia de reunificação à Irlanda.

As diferenças acabaram culminado com a criação do IRA (Exército Republicano Irlandês) – de manifestações terroristas. Os católicos defendem a existência de uma única Irlanda (Eire + Ulster) de maioria católica.

Desde 1998, diversas tentativas de paz têm sido feitas, inclusive a criação de um parlamento com representantes católicos e protestantes para o Ulster, mas ações violentas armadas dificultam a concretização dos acordos.

Em outubro de 2001, um fato de grande importância para a paz na região trouxe novas expectativas: o Sinn Fein, braço político do IRA, declarou ao 1º Ministro inglês – Tony Blair, o início da entrega de armas.

A QUESTÃO CURDA

O Tratado de Sivres dividiu o Império Otomano em 1920, prometendo a independência aos curdos. O líder turco Mustalá Kemal Atatuk não aceitou a partilha.

Durante este tempo várias revoltas foram reprimidas na Turquia; no Iraque milhares de curdos já foram mortos pelo governo de Bagdá.

A luta nacionalista foi ampliada na década de 70 com a criação do partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), representando mais de 25 milhões de curdos sem território – o maior grupo étnico do mundo, sem território próprio.

Em 1999, Abdulan Ocalan foi preso na Turquia.

A ÁFRICA NEGRA

O pan-africanismo, proposto após a Segunda Guerra, esbarrou na existência de vária “Áfricas”, resultantes de sua própria história e de séculos de dominação.

As guerras em Moçambique, Angola e na África Central confirmam essa afirmação.

A partir da expansão marítima européia, interesses econômicos nortearam a exploração do continente: metais preciosos, matérias-primas e escravos, tendo o tráfico negreiro estimulado disputas intertribais preexistentes.

Com a Segunda Revolução Industrial, desenvolveu-se um novo colonialismo, legitimado pela “missão civilizadora” do homem branco. Na conferência de Berlim (1884-85), as potências imperialistas fragmentaram a África, ignorando a diversidade étnico-cultural do continente. Fronteiras retilíneas separaram grupos e aglutinaram rivais, acentuando os problemas.

Apesar da diversidade, forjou-se uma certa unidade desses povos, que organizaram movimentos culturais, partidos políticos e ações armadas para alcançar a independência, em plena Guerra Fria.

Os Estados Unidos apoiaram a descolonização, temendo que o radicalismo das lutas favorecesse a ampliação do bloco socialista. As elites coloniais comandaram o processo, formando dezenas de países após 1950, nos quais as rivalidades persistiram.

Portugal foi a última resistência à dissolução do colonialismo formal. Nos anos 60, em Guiné Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola começavam as lutas de libertação, influenciadas pelo modelo soviético.

A queda do salazarismo e a redemocratização da independência das colônias africanas em 75, onde se desencadearam guerras civis. O fracasso de sucessivos acordos de paz só fez aumentar o atraso e a desorganização.

Em Moçambique, a socialista Frelimo assumiu o poder, enfrentando a oposição da anticomunista Renamo. Nos anos 90, os conflitos continuaram, embora a Frelimo tivesse abandonado o marxismo.

Em Angola, confrontaram-se três grupos guerrilheiros de ideologias e etnias diferentes: MPLA, socialista, apoiado por Cuba e União Soviética; FNLA (dissolvida no fim dos anos 70) e Unita, de alinhamento pró-ocidental, auxiliadas pelos Estados Unidos e pela África do Sul.

A vitória do MPLA nas eleições de 92 não foi aceita pela Unita, apesar de reconhecida por vários países. Forças do governo e ainda rebeldes ainda combatem pelo controle de áreas do território, rico em petróleo, diamantes, minérios e produtos agrícolas.

Com o fim da Guerra Fria, outras tensões étnico-tribais explodiram, reforçadas pela marginalização social e pela estagnação econômica.

Os embates entre hutus e tutsis, na África Central, criaram um quadro de massacres e instabilidade política em Ruanda, Burundi e República Democrática do Congo (ex-Zaire, antigo Congo Belga).

Não despertado os mesmos interesses do passado, a África é cenário de violações dos direitos humanos, denunciadas pela Anistia Internacional, mas pouco ouvidas.

No passado, milhões foram arrancados de suas terras e trazidos para a América como escravos; atualmente, milhões de refugiados e vítimas da minas terrestres e das guerras civis anseiam uma paz permanente.

O AFEGANISTÃO

Localizado na Ásia central, foi alvo de disputas desde a Antigüidade até a Guerra Fria. A ascensão da milícia FundamentalistaTalibanem 1996 que impôs um rigoroso regime de submissão ao princípios das leis muçulmanas interpretadas de modo radical, foi apoiada pelo governo dos EUA, para enfraquecer a influência comunista que ainda era forte no país, mesmo porque havia a necessidade de aproximar EUA da comunidade islâmica (ou aproximá-la do capitalismo internacional ?) . O governo dos EUA acusa o Afeganistão de traição, treinamento de terroristas e agora, de esconder Bin Laden, provável mentor dos atentados de 11 de setembro. É evidente que a queda desse governo, que prega o isolamento econômico, é muito interessante para EUA e para a globalização. A “luta contra o terrorismo” parece mais uma batalha de consolidação do capitalismo global contra aqueles que não o aceitam.

O fundamentalismo islâmico

Se, por um lado, foram muitos os defeitos e desilusões proporcionados pelo comunismo soviético, é inegável que seu colapso deixou um vazio que passou a ser ocupado pelo islamismo : a estruturação de uma sociedade alternativa à capitalista, tão virtuosa sob a óptica das classes dominantes, mas extremamente cruel com a maioria absoluta das populações da América Latina, África e Ásia.

O ideal muçulmano não se restringe a morrer e ir ao paraíso, mas passa por fazer um governo com valores políticos e religiosos interligados e inseparáveis., apregoa valores comunitários válidos, não somente para o céu, mas também para a terra.

O Fundamentalismo, que se originou em uma revolução liderada peloAiatolá Khomeini, no Irã em 1979, não é exclusividade islâmica, mas é aquela mais evidente pela sua rápida expansão. Os grupos fundamentalistas mais expressivos tivera sua origem no Oriente Médio, tais como oHammas(Líbano), oHezbollahe aFrente Patriótica para Libertação da Palestina,e oTalebanno Afeganistão, mas o continente africano tem sido o palco de sua maior disseminação: oJihad(Egito) e aFrente Fundamentalista da Argélia-GIA,são exemplos de grupos fundamentalistas que desafiam o poder, lembrando que outros (não divulgados) são duramente reprimidos pelos governos da Líbia, Iraque, Sudão, Arábia Saudita, entre outros.

A QUESTÃO PALESTINA 1947 –A ONU realiza o Plano da Partilha da Palestina, onde determina a criação do território judeu e território Palestino. 1948 –Proclamado o Estado de Israel (judeu) e tem início os conflitos entre os árabes e judeus, onde Israel amplia seu território. 1967­ –Guerra dos 6 dias. Israel avançava sobre a Península do Sinai e a faixa de Gaza (Egito), Colinas de Golan (Síria) e Cisjordânia e Jerusalém (Jordânia). 1973 –Guerra do Perdão (Yom Kippur) – árabes tentam recuperar territórios perdidos em 1967. Saem perdedores. 1979 –Acordo de Camp David, envolvendo Israel, Egito e EUA, que determina a devolução da Península do Sinai. 1993 –Acordo de Oslo.

OLP (Organização para Libertação da Palestina), liderada por Iasser Arafat e Israel – liderado por Yitzhak, Rabin firmam acordo de paz para a criação de um Estado Palestina – na Faixa de Gaza e Cisjordânia.

O assassinato de Rabin, em novembro de 1995, pelo extremista judeu Yigal Amir marcou o primeiro golpe no projeto de paz. A ascensão do direitista Benyamin Netanyahu, um ano depois, com uma retórica de confronto retomou a política dos novos assentamentos, contrária às diretrizes de Oslo, e agravou a situação. Somente em maio de 99, com a chegada ao poder do líder trabalhista, os israelenses se mostraram dispostos a restabelecer o diálogo.

No entanto a crescente divisão da sociedade israelense em relação ao acordo, associada ao fracasso da cúpula de Camp David em julho de 2000, desencadeou um novo surto de violência. Ariel Sharon, líder do Likud, visitou a parte histórica de Jerusalém, provocando a ira dos árabes, que retomaram a Intifada ou a revolta das pedras. As violência, o medo e o terrorismo conduziram Sharon ao posto de primeiro-ministro neste ano.

Com notório desprezo pelo diálogo, Sharon continua ampliando os assentamentos e eliminando os líderes palestinos suspeitos de cometer atos terroristas, bem como civis inocentes. O terrorismo de Estado praticado pelo prêmie fragiliza ainda mais ainda mais o acordo de Oslo.

Num momento em que a palavra de ordem é tolerância, grupos extremistas como o Hamas revidam os ataques, e Israel promete vingança. Para complicar o cenário, o presidente dos EUA, George Bush, e a comunidade internacional não têm pressionado verdadeiramente as partes em direção ao diálogo. O grande teatro continua.

A QUESTÃO COLOMBIANA

O conflito da Colômbia data da década de 1960, sendo um dos mais antigos da América Latina, em função da disputa do poder entre conservadores de extrema direita como asAutodefesas Unidas da Colômbia(AUC) e grupos de ideais marxistas ou de esquerda como asForças Armadas Revolucionárias da Colômbia(Farc) e oExército de Libertação Nacional(ELN), que utilizam fundos arrecadados por serviços de proteção a traficantes, seqüestros ou o simples comércio de drogas para financiar a luta armada. Os grupos extremistas controlam áreas que, somadas, ultrapassam 8 mil Km². Nessas áreas o governo não tem controle sobre os acontecimentos e o país vive a iminência de uma guerra civil.

A CAXEMIRA

Região separatista do norte da Índia onde a maioria muçulmana é simpatizante da unificação com o Paquistão, igualmente islâmico. Desta feita Índia e Paquistão disputam a Caxemira, o que torna a região foco de tensão regional, sobretudo porque trata-se de dois países inimigos e ambos potências atômicas.

A QUESTÃO IUGOSLAVA

Região que já fez parte dos impérios Romano, Bizantino e Turco Otomano, além de ter sido o estopim da 1ª Guerra Mundial, a Iugoslávia foi oficialmente constituída em 1929, com enorme diversidade étnico religiosa : sérvios, croatas, eslovenos, macedônios, montenegrinos, albaneses (do Kosovo) e eslavos muçulmanos (Bósnia-Herzegóvina), além de inúmeras minorias. Tal diversidade foi controlada pelo ditador comunista Josif Broz (Tito) que criou um sistema de rodízio de poder e regiões autônomas.

Em 1980, Tito morre e é substituído por Slobodan Milosevic que centraliza o poder na Sérvia, gerando descontentamento nas demais repúblicas. A derrocada do comunismo no Leste Europeu (1989-1990) fortalece os movimentos nacionalistas – separatistas que culminam com a independência de Croácia, Eslovénia, Macedônia e Bósnia-Herzegóvina entre 1991 e 1992, à revelia da Sérvia, levando o país a uma guerra civil. Em 1998 cresce o movimento separatista em Kosovo levando a uma nova intervenção militar sérvia, assassinando de mais de mil albaneses. Em 1999 a OTAN intervém, expulsando as tropas sérvias e repatriando os kosovares de origem albanesa que haviam se refugiado. Slobodan Milosevic caiu e está sendo julgado pelo tribunal de Haia por crimes de guerra.

O TIMOR LESTE

O Timor Leste é a porção oriental da Ilha do Timor. Foi anexada pela Indonésia em 1976. Até 1975 esta porção da ilha era colônia de Portugal.

Em 1983 a ONU tenta negociar em acordo, dificultado pelas exigências das guerrilhas que defendem a independência.

Em 1999 um acordo é assinado entre Portugal, Indonésia, grupos timorenses e a ONU, viabilizando um referendo para decidir o futuro político do território. O referendo é realizado em ago/99, sendo favorável à independência do Timor Leste.

CHINA E TAIWAN

A Revolução Comunista da China, em 1949, criou a República Popular da China – comunista, correspondendo à parte continental e a República Nacional da China – (Formosa) – capitalista, correspondendo a parte insular, tornando independente em 1950, embora sem o reconhecimento da China que ainda a considera província rebelde.

A abertura econômica da China trouxe o início das conversas para uma possível negociação. Taiwan não aceita se submeter ao governo ditatorial chinês. A China, por sua vez, insiste em aplicar a fórmula de “um país, dois sistemas”, como a que foi consolidada em Hong Cong.

Outras áreas são instáveis na China:

§Região do Tibet – o líder tibetano – Dalai Lama, que vive exilado na Índia, defende um movimento pacífico de independência do Tibet, anexado pela China na década de 50.

As regiões da Mongólia e Xinjiang também enfrentam separatismos.

CORÉIA do NORTE / CORÉIA do SUL

Última muralha da Guerra Fria, a cerca de arame farpado, com mais de 200 km de extensão, que divide as duas Coréias, começa a ser desmontada. Os governos de Seul e Pyongyang vêm dado passos importantes em direção à paz e à futura reunificação do país.

Primeiro, foi a visita do presidente Kim Dae Jung, da Coréia do Sul, ao seu vizinho do norte, Kim Jong 2, em junho. Depois, as delegações do norte e do sul desfilaram juntas na abertura do Jogos Olímpicos de Sydney.

Finalmente, num gesto simbólico, em agosto, cada país enviou ao vizinho cem representantes dos 10 milhões de famílias separadas após a divisão das Coréias. Pequenos passos no caminho do diálogo e da superação da divergências.

Ocupada pelo Japão entre 1910 e 1945, a península da Coréia foi dividida na altura do paralelo 38, na Conferência de Potsdam, após a rendição japonesa.

Marcada pelas tensões da Guerra Fria e pelos desígnios da Doutrina Truman, a parte sul d paralelo ficou sob influência do Estados Unidos, enquanto o norte se rendia a proteção soviética.

Em 48, houve a separação definitiva, no sul, constituiu-se a República Coréia, capitalista e, no norte, a República Popular Democrática da Coréia, comunista.

Freqüentemente, tropas do sul e do norte entravam em choque na fronteira entre as duas Coréias, até que, em junho de 50, o governo do norte ordenou uma ofensiva pelo paralelo 38.

Tinha início a Guerra da Coréia (50-53), um dos conflitos mais sangrentos da Guerra Fria. No total, foram mais de 3 milhões de mortos, incluindo 142 ml militares norte-americanos e aproximadamente 1 milhão de chineses.

Jamais um acordo de paz foi assinado entre as Coréias, apenas um precário armistício que dura mais de 50 anos.

A partir da Guerra da Coréia, o confronto entre os EUA e a URSS deixou a Europa migrando para regiões periféricas. Disputavam palmo a palmo a ampliação das suas respectivas áreas de influência. Definiram a divisão da península e foram pelo pesadelo de cinco décadas de separação.

O SEPARATISMO EM QUEBEC

As reivindicações por autonomia dos separatistas da província de Quebec crescem após a II Guerra Mundial. Em 1969, o Canadá adota o francês como língua oficial, ao lado do inglês. A maioria dos quebequenses, no entanto, rejeita em referendo tanto um projeto de independência (1980) como uma proposta de governo federal de conceder maior autonomia à província (1992). Em 1995, os separatistas são derrotados em novo plebiscito por apenas 50mil votos de diferença. Após a eleição do líder pró-independência Lucien Bouchard para primeiro-ministro de Quebec (cargo equivalente ao de governador), o poder central tenta equilibrar as forças nomeando dois anti-separatistas para seu ministério.

Quebec estimulou as aspirações autonomistas das minorias autóctones – os ameríndios e os inuit (Povo que habita a região da África, conhecido geralmente como esquimó), contribuindo para que, em 1999, fosse criada a região autônoma inuit de Nunavut, na porção oriental dos Territórios do Noroeste.

QUESTÃO DO CÁUCASO

§A área do Cáucaso, com cerca de 12 milhões de habitantes, é rica em petróleo e tem influência da religião islâmica – muitas vezes usada como resistência à Rússia cristã ortodoxa.

§A região engloba parte do sul da Rússia onde estão aTchetchênia, Daguestão e Inguchétia, bem como países independentes comoGeórgia e Azerbaijão.

§Os russos afirmam bombardear separatistas que querem impor, com ajuda da Tchetchênia, um Estado islâmico no Daguestão.

§Esses separatistas seriam responsáveis, segundo Moscou, pela onda de atentados a bomba que deixou cerca de 300 mortos na Rússia entre agosto e setembro.

§A Tchetchênia, que faz parte da Federação Russa e usufrui de uma independência de fato desde 96, nega as acusações.

O SRI LANKA

País localizado a 50km da costa sudoeste da Índia, cujo nome significa ilha resplandecente, é dominado por florestas tropicais e uma área montanhosa ao centro.

No início dos 80 teve início um movimento Separatista da minoria tâmil, hinduísta de origem indiana que deseja a criação de um Estado soberano ao norte da ilha, onde são maioria.

O país é de maioria cingaleses budista, que representam 70% da população.

O NOBEL DA PAZ DE 2001

OSLO (Reuters) – As Nações Unidas e seu secretário-geral, Kofi Annan, foram premiados na Sexta-feira com o Nobel da Paz, que nesta ano completa um século, devido a seu trabalho “por um mundo mais bem organizado e pacífico”.

“O Comitê Nacional Norueguês quer, no seu centenário, proclamadas que a única rota negociável para a paz e a cooperação globais passa pelas Nações Unidas”, disse o chefe da comissão, Gunnar Berger.

Annan, 63m nascido em Gana (oeste da África), foi decisivo para “dar nova vida à ONU”, segundo os organizadores do prêmio. “Ele se levantou para os novos desafios como a AIDS e o terrorismo internacional”. Berger disse que os atentados de 11 de setembro contra os EUA ressaltaram os argumentos em favor da Organização das Nações Unidas (ONU) na decisão do prêmio.

Por causa do fuso horário, Annan foi acordado ainda de madrugada (hora de Nova York, sede da ONU) para receber a notícia do prêmio por seu porta-voz, Fred Eckhard. O secretário-geral disse que o Nobel foi um grande reconhecimento à organização fundada em 1945, que tem 50 mil funcionários.

Annan vai a Oslo no dia 10 de dezembro receber o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (quase 950 mil dólares), instituído pelo inventor da dinamite, Alfred Nobel. Annan e a ONU para crimes de guerra, a Fifa, o papa João Paulo 2º e a instituição brasileira Pastoral da Criança.

A ONU, que reúne 189 países, afirma “para fazer o mundo um lugar melhor para as pessoas” e “promover os direitos humanos, proteger o meio-ambiente, combater as doenças, incentivar o desenvolvimento e reduzir a pobreza”.

Neste ano, Annan conseguiu, sem oposição, um segundo mandato de cinco anos à frente das Nações Unidas. O embaixador indiano na ONU, Kamalesh Sharma, disse que depois do prêmio o secretário-geral será “uma celebridade global, como um astro do rock”.

É a primeira vez que toda a ONU, ganha o Nobel da Paz, mas várias agências suas já haviam recebido o prêmio – a ACNUR (agência para refugiados) em 1954 e 81, a UNICEF (infância) em 1965 e as missões de paz em 1988, por exemplo. Em 1961, o secretário-geral sueco Dag Jammarskjold recebeu o prêmio postumamente.

Analistas acham que a escolha da ONU e de Annan foi feita para evitar polêmicas no ano do centenário do prêmio. O Nobel da Paz de 1901 foi dividido entre o suíço Henri Dunant, fundador da Cruz Vermelha, e o pacifista francês Frederic Passy. No ano passado, o laureado foi o presidente sul-coreano, Kim Daejung, por seus esforços de reaproximação com a Coréia do Norte.

REFUGIADOS

Os refugiados de guerras e conflitos se espalham pelo mundo, sem destino certo, esperando ações de Governos ou Organizações Governamentais ou não.

Principais áreas de refugiados:

Ex-Iugoslávia: 7 milhões de pessoas foram deslocadas de suas moradias pela guerra civil de 1992-1995.

Europa Ocidental: Abriga 5 milhões de refugiados desde 1980.

Oriente Médio: agência que cuida dos refugiados palestinos tem sob sua responsabilidade 2,8 milhões deles.

Serra Leoa e Libéria: as guerras civis forçaram 1 milhão de pessoas a se exilar de na Guiné e Costa do Marfim.

Moçambique: milhões de refugiados começaram a voltar ao país a partir de 1992.

Sudão e Eritréia: guerras civis produzira 1,6 milhão de refugiados.

Ruanda e Burundi: 2 milhões de exilados estão sob proteção da ONU nos dois países, dilacerados por sangrentos conflitos étnicos.

Ex-União Soviética: mais de 1,5 milhão de pessoas flutuando entre a Armênia, Geórgia e Azerbaijão.

Afeganistão: três milhões de afegãos estão exilados no Paquistão e no Irã.

Sri Lanka: 30 mil cidadãos se refugiaram na Índia.

Mianma (ex-Birmânia): há 250 mil refugiados do país em Bangladesh.

Vietnã: há 40 mil exilados vietnamitas espalhados pelo Sudeste Asiático.

Dentro de dez anos o número de refugiados em todo mundo terá duplicado para 60 milhões, segundo previsão da Cruz Vermelha Internacional. Além disso, na China há 120 milhões de desempregados no campo e dentro de 35 anos o país não poderá alimentar todos os seus habitantes. Já hoje, no chamado Chifre da África, há 71 milhões de pessoas sem comida. A cada ano 143 mil pessoas são mortas em conflitos em todo o mundo e 5 milhões ficam sem casa.