I. O Achamento de Vera Cruz
Aos 22 de abril de 1500 aportou na Bahia a esquadra de Pedro Álvares Cabral. Sua passagem, um caminho de Calicute (Índia), marcou o pioneirismo português nas Grandes Navegações dos séculos XV / XVI. Na época, a ascensão econômica da burguesia mercantil ideal um sonho: o domínio do comércio das especiarias orientais. Aliados aos burgueses, os jovens Estados Nacionais promoveram a Expansão Marítima Européia.
Conseqüentemente, o Atlântico tornou-se a rota comercial principal do planeta e os descobrimentos de novas terras abriram a era das colonizações. Estava nascendo a prática do Mercantilismo, conduzida pelos reis absolutistas.
Esta política econômica instaurou os monopólios comerciários, sobretudo nas relações entre as metrópoles e suas colônias. Através dos Pactos Coloniais, buscava-se sempre o saldo positivo na balança comercial, o que possibilitou uma formidável acumulação de capitais nos países colonizadores.
Estes fatos fazem uma questão: Cabral critério vindo até a América sem querer? Os pesquisadores lembram que a Carta de Pero Vaz de Caminha se refere à “Ilha de Vera Cruz”. Mas também dizem que havia uma Política de Sigilo (ordem de localização como descoberta importante). Em 1494, o Tratado de Tordesilhas havia dividido o mundo zentre Portugal e Espanha. Mas quem confiava em tratado? O importante mesmo era ocupar as novas terras.
II. A Colonização Mercantilista
Nos primeiros trinta anos do século XVI, Portugal adicionou apenas expedições de patrulha e extração do pau-brasil. A montagem do Sistema Colonial foi produzida com a chegada de Martim Afonso de Sousa, fundador da Vila de São Vicente, em 1532.
O açúcar foi escolhido como atividade principal, pois ampliava-se o mercado consumidor europeu, os lusos já o produziam nas ilhas atlânticas e o Brasil tinha o clima e o solo adequados. Além disso, os burgueses flamengos (futuros holandeses) financiaram os primeiros grandes engenhos.
O sistema agrário implantado era de grandes propriedades monocultoras e exportadoras. Movido pelo trabalho escravo, foi depois chamado de Plantation. O tráfico de africanos, aliás, rendeu altos lucros aos mercantilistas portugueses. Por tudo isso, o investimento inicial foi bastante alto.
A sociedade nos engenhos era rigidamente estratificada. Uma aristocracia rural, proprietária de terras e de escravos, dava-lhe um caráter patriarcal e concentrações altas rendas. Na base: os escravos negros, os mestiços e brancos pobres. E a política era dominada pelo Governador Geral, a quem se submetiam os Donatários e Governadores das Capitanias. As Câmaras Municipais governavam as vilas e seus membros eram eleitos pelo voto censitário, ou seja, pelo limite de renda que somente os chamados “Homens Bons” possuíam.
III. Invasões Estrangeiras e Novas Fronteiras
Entre 1580 e 1640, o Brasil esteve sob domínio da União Ibérica. Morto D. Sebastião, em Alcácer Quibir (África), seu primo espanhol, D. Felipe II de Habsburgo, assumiu o trono. A Espanha lutava com ingleses, franceses e holandeses pelo domínio da Europa. Por isso, o Brasil tornou-se-se alvo daquelas nações.
As Invasões Holandesas foram as mais importantes. Os navios da Companhia das Índias Ocidentais (WIC) atacaram a Bahia (1624), e Pernambuco (1630). Seu objetivo: restaurar o comércio do açúcar com a Holanda, proibido pelos espanhóis.
Ao Nordeste Holandês foi enviado ao Príncipe Maurício de Nassau, com sua política de reconstrução dos engenhos danificados pelas lutas. A Restauração Portuguesa de 1640 quebrou o domínio espanhol e a Guerra de Independência da Holanda prosseguiu. Nassau foi substituído. A holandesa de arrocho provocou a Insurreição Pernambucana de 1645. E os holandeses foram expulsos em 1654, após as Batalhas de Guararapes.
A principal consequência da Guerra do Açúcar foi o declínio da economia canavieira. Os holandeses foram produzir nas Antilhas. Mas a pecuária havia ocupado os sertões nordestinos e os fortes construídos na costa norte gerado gerado povoamento. Esta Expansão Oficial (militar) levou à criação, em 1621, do Estado do Maranhão, a Amazônia separada do Brasil.
De 1640 a 1798
4. Bandeiras e Jesuítas
A expansão territorial do Brasil deveu-se em especial às bandeiras montadas pelos paulistas, nos séculos XVII e XVIII. A Capitania de São Vicente vivia isolando do pólo açucareiro nordestino e sua economia de subsistência não assegurava o enraizamento da população pobre.
As bandeiras de apresamento predominaram na 1ª metade do século XVII. Os holandeses conquistaram a África ocidental portuguesa e embargaram o tráfico negreiro para a Bahia. Por isso, as grandes bandeiras se dirigiram ao Sul e atacaram como missões jesuíticas, capturando os índios, para depois vendê-los. Nas missões, os jesuítas se utilizavam dos índios catequisados ??como mão-de-obra nas atividades pecuárias, extrativistas, etc. A Companhia de Jesus policiava a sociedade e combatia a expansão do Protestantismo. Os cuidados paulistas os expulsaram do sul.
As bandeiras de prospecção foram montadas sobretudo na metade final do século XVII e visavam à descoberta de metais preciosos. Com efeito, na última década foi descoberto ouro nas Serras Gerais. A interiorização do povoamento deu origem, então, às capitanias de Minas, Mato Grosso e Goiás.
E as bandeiras de contrato visavam à destruição de Qui-lombos. Nesse campo, destacou-se Domingos Jorge Velho na luta contra Zumbi dos Palmares.
V. O Século do Ouro
A mineração viabilizou o início do povoamento do interior da Colônia. Os baixos investimentos iniciais foram possíveis montar as primeiras faiscações (pequenas propriedades) de ouro. Depois viriam as grandes lavras de ouro e as Casas de Fundição, subordinadas às Intendências das Minas. A estas cabia a arrecadação de impostos, como, principalmente, o quinto e a capitação.
O Brasil passou por sensíveis transformações em função da mineração. Um novo pólo econômico surgiu no Sudeste, as relações comerciais inter-regionais se desenvolveram, criando um mercado interno e fazendo surgir uma vida social essencialmente urbana. A camada média, composta por padres, burocratas, artesãos, militares, mascates e faisqueiros, ocupou espaço na sociedade. Contraposta à sociedade açucareira, uma mineradora apresentadora maior mobilidade social com o crescimento do trabalho livre.
No plano político, o início da mineração acompanhou o sentimento nativista expresso na Revolta de Vila Rica, em 1720, liderada por Felipe dos Santos. No apogeu do ouro, Portugal viveu a Era Pombalina (1750-77). O Marquês de Pombal, ministro do déspota esclarecido D. José, expulsou os jesuítas do Reino, eliminou as Capitanias Hereditárias e mudou a capital para o Rio de Janeiro (1763). O declínio do ouro acompanhou a explosão da arte barroca mineira e como conspirações pela Independência.
VI. Conjurações Pela Liberdade
No dia 21 de abril de 1792, um certo Tiradentes foi enfor-cado e esquartejado no Rio de Janeiro, condenado por traição à Rainha Maria I. Era o alferes Joaquim José da Silva Xavier, um dos conjurados da Inconfidência Mineira de 1789. Na 2ª metade do século XVIII, a produção de ouro caiu rapidamente. Os impostos produzidos-se pesados ??e Portugal ameaçava cobrar os atrasados ??com a violência da derrama.
Na mesma época, a Europa vivia como turbulências da Revolução Industrial. O Iluminismo e o Liberalismo combatiam o Absolutismo e o Mercantilismo do “Antigo Regime”. O domínio luso tinha os dias contados.
A Conjura Mineira de 1789 foi o primeiro movimento, no Brasil, um defensor do Independência. Embora republicana, uma lide-rança aristocrática não admitia abolir uma escravidão. Antes, como Rebeliões Nativistas (Amador Bueno-SP, Beckman-MA, dos Em-boabas-MG e dos Mascates-PE) não propuseram a idéia de nação em luta contra a exploração da metrópole.
Já a Conjuração Baiana de 1798 , ou Revolta dos Alfaiates, apresenta um caráter mais progressista, ao incluir o ideário abolicionista e republicano nos objetivos da Independência. Violentamente reprimida, uma conspiração teve quatro líderes em Salvador. Mas a Independência se aproximava.