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REGRA GERAL
A regra geral é que o adjetivo se modifica em gênero e número a fim de se ajustar (concordar) com o substantivo (o adjetivo estará destacado em vermelho):
- Em rapaz latino-americano
Como você pode ver, o substantivo “rapaz” é masculino (gênero) e singular (número), logo o adjetivo também está no masculino singular. Já no exemplo seguinte, como o substantivo é feminino e plural, o mesmo ocorre com o adjetivo:
- As cadeiras velhas foram substituídas por outras.
Mas pode-se usar o adjetivo para qualificar mais de um substantivo:
- Na verdade, adquirimos cadeiras e balcões novos.
Neste caso, como se vê, o adjetivo vai para o plural e, se houver algum substantivo masculino, o adjetivo também adquire o gênero masculino.
Por outro lado, quando o adjetivo preceder os substantivos, isto é, vier antes deles, sua concordância será feita com o substantivo mais próximo:
- Na verdade, adquirimos novas cadeiras e balcões.
CASOS ESPECIAIS
Agora chamaremos sua atenção para casos de concordância nominal que podem, às vezes, nos deixar em dúvida:
1. Adjetivos utilizados como advérbios
Muitas vezes, um adjetivo – termo que qualifica um substantivo – é utilizado no lugar de um advérbio – termo que qualifica um verbo – não obecendo, portanto, à regra de concordância nominal. Como podemos exemplificar isso?
Exemplo:
- Maurício pensa grande e age rápido.
Aqui, os adjetivos “grande” e “rápido” não estão qualificando “Maurício”, e sim o verbo que expressa a ação de Maurício, ou seja, “pensa” e “age”. Por isso, se substituirmos “Maurício” por “Márcia”, a concordância desses dois adjetivos não se modificaria:
- Márcia pensa grande e age rápido.
Só para ficar mais claro, vamos utilizar os mesmos adjetivos como qualificativos de Maurício e Márcia e observar como a concordância fica diferente:
- Maurício é grande e rápido.
- Márcia é grande e rápida.
Há uma série de adjetivos que podem ser utilizados na função de advérbios, como os dois que aparecem nos exemplos acima. Vejamos alguns:
- Essas alunas escrevem claro.
- Cada cantor canta diferente: uns cantam suave, outros cantam agitado; uns cantam meloso, outros, metálico. Nenhum canta igual.
- Meu professor sempre dizia que deveríamos fazer as coisas direito: “Coloquem as folhas reto dentro dos folders, peguem firme a caneta, mas escrevam leve”.
2. Quando se diz que algo é preciso , é necessário, é bom, etc., o adjetivo concorda com o substantivo apenas se houver um determinante. No primeiro exemplo abaixo não há determinante, porém, no segundo, há. Veja a diferença:
Exemplos:
- Maçã não é bom quando estamos realmente com fome, pois a fome aumenta.
- A maçã é boa para aqueles que querem evitar calorias sem deixar de se alimentar.
3. Também relacionada à presença ou ausência de determinante, a concordância entre um substantivo e dois adjetivos ocorre da seguinte maneira:
Imaginemos que estejamos falando sobre diferenças entre povos brasileiros, e queiramos fazer uma comparação entre os gaúchos e os baianos.
Exemplos:
- Os povos gaúcho e baiano diferenciam-se em alguns aspectos e assemelham-se em outros.
- O povo gaúcho e o baiano diferenciam-se em alguns aspectos e assemelham-se em outros.
O que foi possível observar?
Em primeiro lugar, que, no primeiro exemplo, o substantivo (povo) está no plural e, no segundo, esse substantivo está no singular. Em conseqüência disso, no primeiro exemplo, o segundo adjetivo não tem determinante, ao passo que, no segundo exemplo, o segundo adjetivo (baiano) vem com um determinante.
Por que isso é necessário?
Caso não utilizemos o determinante no segundo adjetivo, no segundo exemplo, ou seja, quando o substantivo estiver no singular, daremos a impressão de que o povo é gaúcho e baiano simultaneamente.
4. Este caso inclui a atuação da preposição “de”. Quando usamos essa preposição entre um substantivo e um adjetivo, como no exemplo abaixo, o adjetivo permanece invariável, ou seja, não concorda com o substantivo.
Exemplos:
- Hoje os noticiários não falaram nada de novo; todos já sabiam que a gasolina iria ficar mais cara.
- Quando se tem inveja de alguém, procura-se, imediatamente, algo de negativo nessa pessoa.
Agora, para você notar a diferença, veja os mesmos adjetivos qualificando algo mencionado e sem o uso da preposição:
- Hoje os noticiários não falaram nenhuma coisa nova ; todos já sabiam que a gasolina iria ficar mais cara.
- Quando se tem inveja de alguém, procura-se, imediatamente, alguma característica negativa nessa pessoa.