No dia 10 de dezembro de 1520, Martinho Lutero, um monge agostiniano corajoso, desencadeou uma revolta que abalou as estruturas da Igreja Católica, marcando o início da Reforma Protestante. Em um gesto ousado, Lutero queimou em público a bula papal que o ameaçava de excomunhão, recusando-se a submeter-se à autoridade de Roma.
Nascido em 1483 na Alemanha, Lutero, após se tornar monge em 1505, dedicou-se aos estudos teológicos e tornou-se professor na Universidade de Wittenberg, onde ensinava as Escrituras Sagradas.
Movido por uma fé profunda e inquietação, Lutero discordava de práticas da Igreja Católica, como a venda de indulgências. Ele acreditava que a salvação era um presente divino, não vinculado a obras humanas, mas à fé em Cristo.
Em 31 de outubro de 1517, Lutero fixou suas críticas à porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, apresentando as famosas 95 teses e desencadeando um debate que reverberou por toda a Europa, provocando intensos debates entre intelectuais, religiosos e autoridades.
Acusado de heresia, Lutero enfrentou julgamentos, defendendo suas ideias com base na Bíblia. Em 15 de junho de 1520, o papa Leão X emitiu a bula papal “Exsurge Domine”, condenando as proposições de Lutero como heréticas. Ignorando a ameaça, Lutero queimou a bula publicamente, desafiando a autoridade de Roma.
Excomungado em 3 de janeiro de 1521, Lutero compareceu à Dieta de Worms, onde manteve suas convicções. Condenado pelo imperador, foi protegido pelo príncipe Frederico, o Sábio, e escondeu-se no castelo de Wartburg, onde traduziu o Novo Testamento para o alemão.
O movimento liderado por Lutero ganhou força, dividindo o cristianismo ocidental entre católicos e protestantes, influenciando não apenas a religião, mas também cultura, política e sociedade. Lutero, figura crucial na história, contribuiu para o desenvolvimento da liberdade de pensamento e da consciência crítica.