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Dicas sobre a história do Espírito Santo

Saiba como a História do Espírito Santo deve ser cobrada no vestibular

Confira abaixo como a hsitória do Espírito Santo deve ser cobrada em vestibulares

ERÔNIMO MONTEIRO/CONSTRUÇÃO REPUBLICANA (1908-1912)

 Durante a administração de Henrique da Silva Coutinho (1904-1908), temos árduas disputas no partido Republicano. No entanto, Jerônimo Monteiro cuidou da pacificação política criando uma nova agremiação: o Partido Republicano Espírito Santense. Jerônimo Monteiro foi eleito em uma suspeitíssima eleição, na qual teve 7.989 votos contra apenas 13 dados ao barão de Monjardim e 10 ao Dr. José Belo de Amorim. Investiu maciçamente no sul do estado, mais precisamente em Cachoeiro de Itapemirim, onde foi implantado o primeiro grande projeto industrial do Espírito Santo: era a COMPANHIA INDUSTRIAL DO ESPÍRITO SANTO, com cujos empréstimos e grande endividamento permitiram criar: A Fábrica de tecidos para aproveitamento de fibras têxteis (TECISA), A Usina de açúcar no baixo Vale do Itapemirim (Usina Paineiras),  Fábrica de cimento, A Fábrica de papel,  Fábrica de óleo vegetal lubrificante,  Serraria industrial , Usina hidrelétrica do rio Fruteiras.

 A SAGA DO ESPÍRITO SANTO

 Apesar das grandes perspectivas de crescimento industrial e dos extraordinários investimentos, os resultados esperados não foram alcançados, por não terem levado em conta o diminuto mercado consumidor interno e as precárias ou inexistentes vias de escoamento de produção. O governo foi assim forçado a vender as unidades industriais para pagar as dívidas adquiridas. Jerônimo Monteiro ainda se destaca pela urbanização de Vitória com a instalação de serviços de água, esgoto, luz, sistema de bondes elétricos, Parque Moscoso, reforma da Santa Casa de Misericórdia, entre outros.

O OPERÁRIO E A INDUSTRIALIZAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO

Como visto nos registros sobre a administração de Jerônimo Monteiro, a industrialização capixaba se inicia tardiamente e em um projeto ousado, dependendo do capital externo e principalmente da receita do café. A fase inicial desse processo se concentrou maciçamente no sul do estado e até 1956 respondia por 21% do valor total das receitas do estado. Antes mesmo da “Companhia Industrial do Espírito Santo”, já existia o Partido Operário do Espírito Santo, fundado em Vitória em 06 de julho de 1890. Nessa época a insipiente indústria capixaba já traçava os novos rumos das relações de patrão e empregado. Em 1907 foi fundado em Cachoeiro de Itapemirim o Centro Operário de Proteção Mútua, seguindo os primeiros moldes de associações operárias, o mutualismo ou auxílio-mútuo. Em 1941 seria fundado o primeiro sindicato do Espírito Santo, situado em Cachoeiro do Itapemirim e se chamava: Sindicato dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário. Esse movimento teve forte influência inicialmente dos anarquistas italianos, estabelecidos aqui com o forte processo de imigração durante a Guerra de Unificação Italiana, mas posteriormente passou a ser controlado pelos ideais comunistas, principalmente depois da fundação do Partido Comunista.

MARCONDES DE SOUZA (1912-1916)

O governo de Marcondes de Souza sofre fortes reflexos da administração anterior, devido aos inúmeros empréstimos feitos por Jerônimo Monteiro, que chegavam a somar várias vezes a receita fiscal do estado. Mesmo nessa condição não suspendeu as obras em curso e mesmo com fortes críticas conseguiu manter grande parte dos projetos estruturais em andamento. Em seu governo o Espírito Santo entra em litígio com Minas Gerais devido a questões territoriais, já que os limites ainda eram precariamente definidos e o povoamento na região de fronteira ficava cada vez mais intenso devido ao gradual crescimento populacional e a expansão da agropecuária.

AUGUSTO RUSCHI, PATRONO DA ECOLOGIA DO BRASIL

Nascido em Santa Teresa, região apelidada de “terra dos colibris”, em 12 de dezembro de 1915, se dedicou intensamente ao estudo de plantas e animais e ficou muito conhecido pelo seu estudo com orquídeas e beija-flores. Em 1937 Augusto Ruschi mandou 500 caixas de percevejos para um professor italiano chamado Fillipo Silvestre que se encontrava no Brasil, juntamente contestava teorias vigentes na época com informações colhidas através de observações na floresta. As idéias de Ruschi fizeram com que o professor italiano viesse até Santa Teresa para encontrá-lo.

Depois do encontro Augusto Ruschi ganharia projeção nacional, foi indicado pelo professor italiano ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. Augusto Ruschi faleceu em 03 de junho de 1986, e foi sepultado no Dia Mundial do Meio Ambiente, na Estação Biológica de Santa Lúcia. Entre seus grandes feitos, destacamos o Museu de Biologia Professor Mello Leitão (MBML), hoje vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o nome é uma homenagem ao professor e amigo Cândido Firmino de Mello Leitão e o museu está na cidade de Santa Teresa em uma antiga chácara da família de Ruschi (chácara Annita) e é um dos grandes patrimônios da sociedade capixaba.

QUESTÕES DE LIMITES ENTRE ESPÍRITO SANTO, MINAS GERAIS E BAHIA

 A primeira questão de limites entre Espírito Santo e Minas Gerais ocorreu em 1912, em virtude de um incidente fiscal. Os dois estados passaram a disputar as regiões de Lajinha, Mutum, São Manuel do Mutum, Chalé, Conceição do Ipanema, São Sebastião do Ocidente e Bom Jardim, essa região acabou sendo chamada de “CONTESTADO”. A decisão foi parar na justiça e o laudo pericial do Serviço Geográfico do Exército acabou favorecendo Minas. Mesmo contando com o apoio do excelentíssimo senhor Rui Barbosa o Espírito Santo perde os territórios. A Segunda questão territorial com Minas Gerais acabou conhecida como “GUERRA DO CONTESTADO”. O laudo pericial do Serviço Geográfico do Exército acabou sendo favorável ao Espírito Santo e concordou que a região a noroeste, mais precisamente na serra dos Aimorés, seria o limite natural entre os dois estados. Os representantes mineiros recorreram e alegaram que a serra dos Aimorés legalmente não existia e acabaram conseguindo a impugnação do laudo.

 Por final em 15/09/1963 sai um acordo (Acordo de Bananal) onde o Espírito Santo perdia Mantena, mas garantia Mantenópolis e Barra de São Francisco, uma vez que entre o período de assinatura do acordo definitivo, a região citada viveu um longo período de dupla jurisdição e atritos entre as polícias mineira e capixaba, chegando até a serem registrados conflitos armados. As questões territoriais capixabas que envolvem a Bahia, estão relacionadas à bacia do rio Mucuri e do rio São Mateus. Como divisas naturais, cada estado tentou estender ao máximo suas fronteiras. O Espírito Santo reivindicando a fronteira no vale do Mucuri e a Bahia o vale do São Mateus. Com o impasse, foi estabelecida uma jurisdição temporária sobre a região durante a administração de Florentino Avidos em 1926, até que ocorra uma demarcação definitiva dos limites.

 O CONFLITO NA REGIÃO DO CONTESTADO

No início do século XX correntes migratóris buscavam o Norte do Espírito Santo, com preferência pelas regiões banhadas pelos rios Cricaré e Cotaxé. Vinham principalmente da Bahia e de Minas Gerais em busca de terras para o plantio (prevaleceu a subsistência) e da madeira da região. Com o aumento dos interesses estaduais, tanto de Minas Gerais, quanto do Espírito Santo e de empresas madeireiras, como a “BRALANDA”(convênio entre Brasil e Holanda), a região ficou cada dia mais tensa e disputada. Os conflitos mais sérios da região do Contestado aconteceram no município de Ecoporanga, nos distritos de Itapeba (Estrela do Norte e Cotaxé), por volta dos anos 40 (quarenta) e também com grande intensidade nos anos 50 (cinquenta) e 60 (sessenta) na fazenda Rezende.

 Na década de quarenta, chega à Cotaxé um jovem baiano chamado Udelino Alves de Matos. Com inspirações messiânicas, como a de Antônio Conselheiro, propõe aos camponeses a criação de um Estado alternativo, um “paraíso terreno”, com terra para todos. Esse seria o Estado União de Jeováh, com capital em Cotaxé. Depois de uma suposta audiência com Getúlio Vargas, Udelino consegue atuar com mais audácia, liderando camponeses na apropriação das terras da região e intensificando as tensões do lugar. Depois do suicídio de Vargas suas “garantias” acabam e sua milícia que chegou a contar com aproximadamente 800 pessoas acabou desbaratada pelas forças oficiais, que se uniram, apesar da indecisão da jurisdição sobre a região. Udelino consegue fugir, mas não volta a liderar os posseiros e depois desse fato não se ouve mais falar dele (foi estabelecida pela Assembléia Legislativa de Vitória uma CPI para apurar as atrocidades cometidas por policiais na região/ essa CPI chamou o movimento de “Nova Canudos”.

Cinco anos mais tarde novos posseiros estabelecidos na região exigem reforma agrária. São liderados por Antônio Genuíno da Silva, vindo do município de Galiléia em Minas Gerais e por lutarem por um pedaço de terra, acabaram sendo chamados de comunistas pelos militares, o que acabou agravando a situação. Com o apoio dos sindicatos operários de Vitória e do Partido Comunista os posseiros organizaram o “I Congresso Estadual de Lavradores” em novembro de 1957. O principal feito do congresso foi a criação da Associação dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Espírito Santo (ALTAES). Com o acirramento das disputas, Antônio Genuíno é morto e com a deposição do então presidente João Goulart o Partido Comunista é desarticulado e os líderes são perseguidos. Esses fatores associados as ofertas de terras no Mato Grosso, Rondônia e no Pará enfraqueceram o movimento no Contestado e a luta por reforma agrária cessaria por algum tempo.

BERNARDINO DE SOUZA MONTEIRO (1916 – 1920)

A administração de Bernardino Monteiro passou por momentos que marcaram a história capixaba e brasileira, como por exemplo a declaração de guerra do Brasil à Alemanha, em 26 de outubro de 1917, na Primeira Guerra Mundial e a Revolta do “Xandoca”, que eclodiu em Colatina, onde seus opositores, inconformados com a derrota, proclamaram um governo paralelo. Liderados pelo coronel Alexandre Calmon, que emprestou seu apelido para a revolta, resistiram por algum tempo até o levante ser abafado.

Ainda com a receita quase que exclusivamente proveniente do café, continuavam os investimentos em infra-estrutura. Bernardino Monteiro construiu várias estradas com a finalidade de agilizar o escoamento da produção cafeeira, tais como: a estrada que ligava Santa Teresa a Santa Leopoldina e Castelo a Muniz Freire (03 de abril de 1918 morre Muniz Freire).

NESTOR GOMES (1920 – 1924)

 Bernardino Monteiro indica como seu sucessor Nestor Gomes, que vence as eleições. A oposição anteriormente registrada contra Bernardino, agora se manifesta sobre o novo governo. Sob a liderança de Jerônimo Monteiro, a essa altura líder da oposição à Nestor Gomes, parte da Força Pública Estadual inicia um levante contra a posse de presidente já eleito.

Com a pacificação e a confirmação da veracidade da eleição os quatro anos de mandato transcorrem em meio a agitações de oposição e influências de movimentos anti- oligárquicos pelo Brasil. Vale lembrar que a atuação do governo federal foi decisiva para pacificar a rivalidade política no Espírito Santo naquele momento.

Conclusão

Ao longo da História capixaba podemos notar, uma preocupação forte com a geração de infra-estrutura que daria condições para sustentar os momentos futuros. Talvez até o início do século XIX essa não fosse a grande preocupação dos colonos e da própria Coroa portuguesa, pois os minerais preciosos encontrados no interior direcionaram grande parte da História capixaba.

 No entanto a partir do século XIX, com o advento do café e de administradores mais comprometidos com o desenvolvimento local, o Espírito Santo passa a assumir um perfil de crescimento econômico e populacional que o marcaria daí para frente. As levas de imigrantes e o fim da escravidão contribuíram com a mão de obra básica que formariam as massas dos centros urbanos que dariam seguimento ao crescimento capixaba. Isso associado ao direcionamento dos recursos do café à indústria, a geração de vias de acesso e de energia acabaria por abrir novos horizontes. O primeiro grande momento industrial capixaba após a hegemonia cafeeira, foi marcado pelo capital local e incentivos fiscais e durou do final da década de 1960 até o final da década de 1970. Em seguida veio o segundo momento, que foi marcado pela chegada do capital externo e a implantação dos “Grandes Projetos”. Entravam em funcionamento indústrias como Aracruz Celulose e CST. Atualmente a CST(COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO) está para iniciar o que pode ser considerado um novo momento de crescimento no Espírito Santo.

 Com a implantação do Laminador de Tiras a Quente (LTQ), a CST abrirá um novo horizonte para a economia, mudando seu perfil de produção. Já a Companhia Aracruz Celulose se prepara para ampliar sua produção,  iniciando o funcionamento de uma terceira frente de produção o que vai ampliar suas exportações, que hoje, correspondem a 95% da sua produção (atualmente a Europa fica com cerca de 44%, a América do Norte com 32% e a Ásia com 17%). A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), também é outra grande responsável pelo crescimento capixaba, implantada no Brasil, em 1942 e mais tarde expandindo-se para o Espírito Santo (acabou sendo visto como uma via de escoamento da produção do minério extraído em Minas Gerais).

Hoje, faz planos de grandes investimentos no “Sistema Sul” da CVRD, que beneficiam diretamente as reservas de minério de ferro de Minas Gerais, a Estrada de Ferro Vitória- Minas e os portos administrados pela Vale no Espírito Santo, além das obras da Usina Hidrelétrica de Aimorés e Porto Estrela que visam garantir os projetos do complexo de pelotização no Porto de Tubarão. O perfil de uma região escoadora de produção é inegável ao Espírito Santo, já que somos um estado litorâneo e contamos com rodovias, ferrovias, portos e aeroportos que nos integram às demais regiões brasileiras. Com o objetivo de perpetuar o Estado nesse mercado, atualmente, a logística de transportes vem sendo considerada fundamental para o futuro do Espírito Santo e os interesses na dinamização do “Corredor de Transportes Centroleste” e o “Corredor Atlântico Mercosul”, vem crescendo muito. O Corredor Atlântico Mercosul, inclusive conta com um grande projeto de privatização da BR101 Sul e alargamento da rodovia integrando-a ao Corredor Rodoviário Mercosul (sudeste e sul brasileiro).

A dinamização dos portos e a redução das tarifas também é um fator importante para a logística de transportes, principalmente porque o Espírito Santo será inserido com mais vigor na rota das navegações de cabotagem, que apesar de representarem apenas 1% do conjunto de operações dos portos capixabas faz grandes promessas para a economia capixaba. Além dos portos, projetos de grande peso estão sendo elaborados para ampliação da malha ferroviária. Destaque para Ferrovia Litorânea Norte e a Ferrovia Litorânea Sul que estarão integradas a Ferrovia Vitória-Minas, ao Porto de Tubarão e aos portos de Vitória. Essas ferrovias teriam a finalidade de promover o escoamento de madeira, celulose, carvão, álcool, derivados de petróleo, mármore, granito, calcário, escória e cimento. Vale destacar o mármore e o granito como produtos importantes para o Estado e muito atuantes na economia da região Sul. E, também,  produtos ligados ao petróleo como o gás natural, que se propõe uma exploração em larga escala no Espírito Santo, através de empresas como a Petrobrás, Esso, Texaco, Mobil e Shell (atualmente o gás natural já é usado para gerar energia e como combustível para automóveis).

 Com relação a logística de transportes na Região Metropolitana (Vitória, Vila Velha, Serra, Viana e Guarapari) também existem grandes projetos como a ampliação do Sistema Transcol e propostas de transportes alternativos como o Metrô de superfície, um transporte coletivo ferroviário que integraria Viana, Vitória e Carapina, diminuindo os problemas de transito na Região Metropolitana. . Com o passar dos tempos, o Centro de Vitória passou a não mais comportar todo seu crescimento e recentemente foi lançada uma estratégia para “desafogar” o Centro. A transferência da Assembléia Legislativa para Praia do Suá e um aglomerado de centros públicos, encaminha o centro da Cidade de Vitória para uma referência cultural, que deverá se afirmar com o tempo, colaborando com um outro setor que vem crescendo sobremaneira no Espírito Santo que é o Turismo, com certeza uma das futuras grandes fontes de renda para a sociedade capixaba.

Turismo e Energia

 O potencial no setor do turismo é enorme, já que contamos com belas praias e montanhas, tão próximas. A manutenção dos ecossistemas é fundamental, hoje principalmente, para a economia ligada ao turismo, pois o agroturimo já é uma realidade importante para a situação social e econômica de diversos municípios capixabas, além de garantirem condições básicas de sobrevivência, como o abastecimento de água e a geração de energia. Um outro fator que em última instância garantirá uma continuidade da prosperidade para o Espírito Santo é a geração de energia. Os problemas enfrentados nos últimos tempos com o abastecimento de energia geraram sérios problemas econômicos e perda de planejamentos de crescimento e investimentos em todo País. Para suprir essa deficiência o Espírito Santo tem como meta a construção de uma usina termelétrica na Grande Vitória com capacidade de 500 megawatts e outra no norte com capacidade de 150 megawatts (Programa Prioritário de Termelétricas), além das hidrelétricas propostas pela CVRD. A termelétrica da Grande Vitória poderá já estar operando até 2002 e deverá ser alimentada por cerca de 2 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural que virão pelo gasoduto de Cabiúnas (Campos RJ).

 As perspectivas para as áreas de crescimento são claras, o processo de formação de mão-de-obra especializada já começou no campo do petróleo, minério, química, transporte, turismo, energia, entre outros. Agora será o trabalho de cada pessoa que vive no Espírito Santo que vai fazer diferença para que essa terra cresça como vem sendo a sua História.