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SALA DE ESTUDOS

Maias, Astecas e Incas

Os índios civilizados admiravam o ouro apenas pela sua beleza e o usavam para ornamentos, com o tempo, perceberam que tinha um significado m

Foto de Willian Justen de Vasconcellos no Unsplash

Os índios civilizados admiravam o ouro apenas pela sua beleza e o usavam para ornamentos, com o tempo, perceberam que tinha um significado maior para os europeus o que constituiu um grande chamariz para os conquistadores.

Os Maias

Das três grandes civilizações pré-colombianas(antes de Colombo),os maias são os mais misteriosos e provavelmente os mais antigos .A cultura estava em declínio quando os europeus chegaram às Américas ,devido à causas ainda não certas ,talvez devido a sucessivas guerras ou à agricultura baseada em queimadas que teriam empobrecido o solo e estagnado a economia .

Os historiadores dividem frequentemente a história maia em dois períodos :

Antigo Império :abrange de 500a.C. até 600 d.C.
Novo Império :abrange de 600d.C. até a invasão espanhola

Portanto ,praticamente coexistiu com o Império Romano ,se incluirmos aí o Império Romano do Oriente(Bizantino).
Os maias desenvolveram uma escrita hieroglífica que ,ao contrário dos hieróglifos egípcios eram esculpidos e não pintados ,aliás os maias eram os melhores escultores do Novo-Mundo .
Infelizmente pouco material sobreviveu à invasão branca que destruía tudo em nome da fé católica “contra as heresias pagãs”.Os melhores vestígios dessa escrita são os livros de Chilan Balam(a pedra de roseta das Américas),escritos em língua maia ,mas com caracteres latinos que ajudou muito na tradução de parte dos hieróglifos .

Maias, Astecas e Incas

Desenvolveram também o melhor calendário dentre os povos antigos .Na verdade tratan-se de vários calendários conjugados que registravam os fatos de maior vulto de sua história .Gravados no interior de seus templos-pirâmides ,cada acontecimento digno de nota recebia uma estrela comemorativa .A pirâmide retratada acima ,é um gigantesco calendário ,com uma escadaria de 91 degraus de cada lado ,somavan-se 364 ,mais o patamar superior ,365 ,os dias do ano solar .

Em termos de números ,foram os que mais construiram pirâmides na história, quase todas as construções maias tinha o formato de pirâmide.Se no Egito antigo suas pirâmides eram destinadas a servir de túmulo de um soberano ,entre os maias eram destinadas a servirem de observatórios astronômicos ,apenas os sacerdotes ,depois de um ritual de purificação podiam subir nesses templos-observatórios .Contudo ,em 1952 Ruz Lhuillier descobriu na “Pirâmide das Inscrições”, uma escada em forma de caracol no piso que estava completamente obstruida por terra e pedras ,depois de três anos de escavações para desobstruir o caminho ,chegou a uma cãmara mortuária com um sarcófago coletivo com seis corpos com detalhes de rituais bastante semelhantes aos do Egito ,o que leva arqueólogos a aventarem a hipótese de algum aventureiro egípcio que teria chegado e ganhado o respeito dos nativos do local .

Maias

Templo dos guerreiros .Contrução maia

Os maias inventaram jogos de bola .Feitas com o látex da árvore seringueira essas bolas serviam não para diversão ,mas para competições sagradas e para resolver disputas .Os maias levavam tão a sério essas competições que o chefe do time perdedor era decapitado e sua cabeça servia como troféu para o time vencedor .
Em Chichém-Itzá existe ainda o maior campo de jogos de bola das civilizações meso-americanas que se têm notícia .O alvo do jogo era um pequeno arco de pedra situado a cerca de 4m de altura e de acordo com as regras do jogo ,não se podia tocar na bola nem com as mãos nem com os pés ,apenas com os cotovelos e joelhos e era uma partida que podia se arrastar por vários dias .Posteriormente os astecas ,seus sucessores mais poderosos militarmente ,assimilaram muito da cultura maia ,inclusive esses jogos rituais ,assim como os romanos assimilaram a cultura grega .

 

Maias, Astecas e Incas
Campo de jogo em Chichém-Itzá

Astecas

Uma das características negativas dessas civilizações era a de frequentemente oferecerem sacrifícios humanos aos seus deuses .A figura abaixo mostra um desses sacrifícios .

 Quando o sol ,ao qual os astecas ofereciam sacrifícios ia já alto ,a vítima subia os 114 degraus do Teocalli .No cimo ,os sacerdotes que a aguardavam seguravam o corpo enquanto um deles espetava uma afiada faca de pedra nas costelas da vítima e arrancava o coração ainda palpitante .Em seguida ,os sacerdotes devoravam a carne e vestiam a pele da vítima.

Quando os espanhóis que foram seus conquistadores foram levados a visitar Tenochtitlán ,viram um império que certamente os deixou estupefactos ,Tenochtitlán era uma vasta metrópole cercada de água e como em Veneza ,com um labirinto de canais que atravessava em todas as direções .

Astecas

Com uma população calculada em 60.000 hab; possuía casas caiadas e jardins em socalcos ,grandes templos e edifícios públicos monumentais ,jardins suspensos e enormes praças de mercado .

Mas em termos culturais a civilização asteca era uma degeneração da cultura maia .O encontro com os espanhóis deu-se em 1519 .

 

Veja agora um resumo de como foi a conquista do México com retratos da época.

Este era Moctezuma ,imperador do México numa representação asteca ,tinha cerca de 40 anos e mostra-se com um toucado de plumas e argolas de ouro e de prata nos braços e pernas .

Maias, Astecas e Incas

E este era seu inimigo Hernán Cortés (num quadro pintado após sua morte)e contava 33 anos quando desembarcou no México .

Maias, Astecas e Incas

O Flagelo de Quetzalcoatl: Cortés Conquista o México

Hernán Cortés, depois de 14 anos no Novo Mundo trabalhando na agricultura e funcionário do governo, não conseguira até aquela altura a fama e a fortuna que o haviam levado a deixar a Espanha. Tendo conseguido convencer muitos colonos a tentar a sorte, partiu da ilha de Cuba em fevereiro de 1519, a expedição incluía 100 marinheiros, 508 soldados, 200 carregadores, algumas mulheres índias, 16 cavalos e 11 barcos.

O primeiro ponto de escala foi a pequena ilha de Cozumel. Aí, foram acolhidos por índios maias amistosos que lhes trouxeram dois espanhóis naufragados naquela ilha oito anos antes. Um deles, Jerônimo de Aguilar, juntou-se de bom grado à expedição como intérprete.

Prosseguindo para oeste, a armada alcançou a região de Tabasco nos fins de março. Nesta região, os índios não se mostraram tão amigáveis e os espanhóis viram-se obrigados a lutar pela posse da cidade.

Os milhares de guerreiros que se alinhavam em ordem de batalha na planície vizinha lutaram valorosamente com as suas armas primitivas contra as espadas de aço e os canhões espanhóis. No entanto, quando a cavalaria de Cortés fez a sua aparição, os índios, que nunca tinham visto esse animal, fugiam aterrorizados. A cavalaria se revelaria ainda mais importante que a pólvora na conquista do Novo Mundo.

No dia seguinte, os vencidos índios tabascanos ofereceram respeitosamente a Cortés objetos de ouro e 20 escravas. Interrogados quanto à origem do ouro, apontaram para oeste, para as montanhas cor de púrpura do interior e disseram: “México”. Uma das mais belas escravas era igualmente do interior e o seu conhecimento de línguas revelar-se-ia de valor incalculável. Afável e inteligente, rapidamente cativou os espanhóis, que lhe deram o nome de Dona Marina.

Embora Cortés estivesse interessado no ouro, decidiu avançar um pouco mais ao longo da costa antes de tentar se aventurar no interior. A 20 de abril de 1519, fundeou próximo ao local onde se ergue hoje a cidade de Veracruz. Embora parecendo amigáveis, falavam um dialeto incompreensível para Aguilar. Então alguém lembrou de Dona Marina, que os entendeu perfeitamente.

Enquanto ela traduzia para maia e Aguilar para espanhol, Cortés escutava com entusiasmo crescente a descrição de uma cidade-ilha num grande lago. Era Tenochtitlán, a temível capital dos mexicas ou astecas, a quem todas as tribos vizinhas pagavam tributo. O chefe do Império Asteca era o rei-deus Moctezuma.

Compreendendo que se lhe depara uma civilização mais rica e mais avançada do que qualquer outra descoberta no Novo Mundo, Cortés decidiu não avançar mais. Logo no dia seguinte chegaram mais ofertas, desta vez da parte do chefe da província. Muito satisfeito e na esperança de mais, Cortés enviou os emissários de regresso com as seguintes palavras: “Eu e os meus companheiros sofremos de um mal no coração que só se cura com ouro”.

Uma semana mais tarde, chegavam emissários do próprio imperador e, desta vez, os presentes eram magníficos. Incluíam dois discos de ouro e prata lavrados, do tamanho de rodas de carruagem, ornamentos requintados com pérolas e leques e penachos de plumas. Os emissários declararam que Cortés poderia dispor do que quisesse, mas Moctezuma não se encontraria com ele. Segundo diziam, o imperador estava doente.

Mas os historiadores são de opinião que um mito asteca estaria intimidando Moctezuma; Essa lenda rezava que o deus Quetzalcoatl, a serpente emplumada fora afastado por um rival, mas prometera voltar, vindo pelo mar oriental na forma de um estrangeiro de pele clara.

Seria Cortés Quetzalcoatl ou um mero saqueador?

A 16 de agosto de 1519, Cortés deixou uma guarnição de 150 espanhóis em Vera Cruz e partiu para Tenochtitlán. Os guias lhe disseram que deveriam passar pela regiào de Tlaxcala, a única parte do México totalmente independente dos astecas, e habitada por índios amigáveis .Esperando ser colhido amigavelmente, foi recebido por uma saraivada de flechas. Depois de um dia de escaramuças os índios fugiram e os espanhóis acamparam fora da capital.

Combates cada vez mais ferozes convenceram Cortés de que estava iminente um confronto de grandes proporções. A 5 de setembro, dezenas de milhares de guerreiros reuniram-se numa vasta planície. A valentia e tamanho do exército tlaxcalteca nem mesmo os canhões espanhóis conseguiam deter. “Na guerra é impossível haver povo mais cruel”, concluía o soldado, “porque não dão tréguas…nem deixam vivos quaisquer prisioneiros, exceto mulheres jovens e bonitas, matando e devorando todos os outros.”

Durante outro ataque noturno, um dos cavaleiros recordou mais tarde: “…e dizíamos uns para os outros que se podíamos ser levados a este ponto pelos tlaxcaltecas , que nossos amigos em Cempoalaconsiderava pacíficos, o que nos aconteceria quando enfrentássemos os grandes exércitos de Moctezuma?”

Após três semanas de combate, os chefes tlaxcaltecas concordaram em fazer a paz e se aliaram para destruir tenochtitlán seus antigos inimigos. Os espanhóis passaram a ser vistos como sobre humanos pela sua vitória apesar de sua inferioridade numérica e certamente pelos relatos acerca de suas armas prodigiosas.

Em meados de outubro, os espanhóis retornaram a viagem, agora acompanhados de seus novos aliados tlaxcaltecas. E pela primeira vez chegavam a uma cidade asteca; Cholula, uma cidade santa que recebia peregrinos de todo o império.

A princípio, os cholultecas deram abrigo e alimento aos visitantes, mas depois de três dias suspenderam a ajuda e avisaram que Moctezuma os proibia de avançar mais. Nesta noite a esposa de um chefe idoso que simpatizara com Dona Marina disse-lhe que estava-se preparando uma emboscada quando os visitantes deixassem a cidade. No dia seguinte, precavido, Cortés deu o sinal e a artilharia atroou os ares e iniciou um luta violenta que acabou por dar a vitória a Cortés.

A notícia do avanço implacável de Cortés fez com que na capital aumentasse o número de sacrifícios humanos. Finalmente Cortés chegou às portas da cidade detendo-se num dos passadiços que davam acesso à ilha e esperou Moctezuma.

Aproximou-se um cortejo de nobres astecas com magníficos mantos de plumas, argolas de ouro no nariz e colares e pulseiras de turquesa. Esses homens cobriram o chão de tapeçarias bordadas pelos quais Moctezuma deveria caminhar.

Finalmente Cortés ficou frente a frente com Moctezuma, que Bernal Díaz descreveu em sua crônica como um homem de cerca de 40 anos, boa estatura e bem proporcionado. O encontro decorreu sem maiores fatos dignos de nota e após esse encontro Moctezuma resolveu convidar Cortés a visitar a cidade.

Incas

O Império dos Quatro Confins

Esta é Machu-Pichu, cidade inca que graças às montanhas que a rodeiam, ficou perdida ao mundo até 1911, quando foi descoberta pelo arqueólogo americano Hiram Bingham. É impressionante o fato de ter sido construida a elevada altitude e provavelmente tinha fins religiosos. Abaixo, um detalhe do altar.

Maias, Astecas e Incas

Realmente é extraordinário que uma civilização tenha se extendido por 4000 quilometros ao longo da Cordilheira dos Andes sem dispôr da roda nem duma boa malha hidroviária para transportar os excedentes agrícolas, que foi o que causou o aparecimento das civilizações em outras partes, pois os Incas com suas técnicas de engenharia fizeram obras que seriam uma árdua tarefa mesmo para a engenharia moderna . Para plantar em um ambiente inóspito à agricultura, tal qual os antigos romanos contruíram aquedutos, com a diferença que os seus eram subterrâneos, uma malha de 800 quilômetros de canais que irrigavam o solo e permitiam o cultivo do milho. Nas áreas mais elevadas e de vegetação rasteira criavam rebanhos de lhamas ,também o único animal de carga que podiam dispor (segundo os arqueólogos os últimos cavalos nativos das Américas se extinguiram à mais de 10 mil anos)que podia transportar apenas pouco mais de 20 quilos cada.

Com blocos de pedra, os engenheiros incas construiram estradas e edifícios duradouros

Os incas eram construtores exímios. Sem o auxílio da argamassa, edificaram paredes tão perfeitamente ajustadas que era impossível introduzir a lãmina de uma faca entre as pedras (foto da esquerda). Milhares quilômetros de estradas(à direita) ligavam as quatro províncias, ou confins, como as chamavam, à Cuzco a capital. Era superior à tudo o que existia à data na Europa. Embora o pavimento de pedras lisas pudesse ter sido concebido para veículos, numa sociedade sem cavalos e sem roda, todos andavam a pé. Estas estradas transpunham rios por meio de pontes pênseis, (ao centro)eram tão sólidas que muitas delas foram usadas ainda no século XX.

Os incas nos dão uma idéia de como poderia ser uma civilização extra-terrestre, por-exemplo, ao contrário dos astecas e maias, os incas, não inventaram nenhuma escrita, o que mostra o isolamento deste daqueles, mas inventaram o quipu,um sistema de cordões com nós a intervalos regulares, tanto para contar, como para registrar os acontecimentos. Os mayocs (espécie de escribas)registravam as colheitas, impostos e até a história inca nesses cordões. Ao longo das estradas, de 8 em 8 quilômetros erguian-se postos para os funcionários do quipu, que revesavam-se no transporte das mensagens de modo que qualquer desordem na mais remota fronteira era transmitida incontinenti para a capital, e as forças punhan-se em marcha. Os quipus já completados guardavan-se em “bibliotecas” em Cuzco. Acima, um quipu .

Os incas raramente imolavam vitimas humanas ao seu deus sol. No entanto, ocasionalmente sacrificavam uma criança escolhida pela sua beleza. Porém ao contrário dos astecas, o ritual inca não exigia que o coracão da vítima fosse retirado em vida. Em 1954, descobriu-se no Chile, este menino de 8 u 9 anos(abaixo à esquerda) junto de alguns objetos de ouro abandonados ali à mais de 500 anos. À cintura tinha uma bolsa contendo folhas de coca para minorar o sofrimento. Contudo era mais comum sacrificarem um lhama para garantirem as colheitas, que degolavam com uma pesada faca de ouro(abaixo à direita), a qual chamavam Tumi.
De acordo com uma lenda peruana, o primeiro inca teria nascido por volta de 1200 d.C., quando o sol beirou as águas do lago Titicaca. Durante treze gerações, estes imperadores semidivinos governaram o Peru, estendendo gradualmente o seu poder para o sul até às águas do Pacífico e para leste até às selvas do Brasil. Sendo aparentemente impossível ir além destas barreiras naturais, deram a este império assim delimitado a designação de Tihuantisuyo, o Império dos Quatro Confins.
No seu apogeu, pouco antes da chegada de Francisco Pizarro, o Império Inca abrangia 985.000Km quadrados, tendo uma população de 16 milhões de habitantes, número registrado pelo complexo sistema de recenceamento anual dos Incas. Cada um dos quatro confins possuía uma forma de viver e um tipo de vestuário característico.

O principal templo era o Templo do Sol, em Cuzco, uma enorme estrutura de pedra e a mais explendorosa de todo o Império Inca. Este templo de exterior austero, tinha todo o interior resplandecendo de ouro e prata, e uma parede virada a leste, era uma gigantesca efígie do sol. Assim quando todas as manhãs surgia o astro-rei, a efígie resplandecia com a luz reflexa, iluminando o templo. Ao cair da tarde, quando o deus, cansado, mergulhava no mar, eram acesas lamparinas aromáticas num templo lateral de prata dedicado à Lua, esposa de Sol.

No império não havia nem ricos nem pobres, por que cada família recebia lotes de terra conforme aumentava ou diminuía e não havia desocupados porque todos podiam ser convocados para trabalhar nas obras do governo.

O estilo arquitetônico era pesado, fortalezas e templos construidos com blocos de granito, alguns com dimensões tais que milhares de homens eram necessários para os arrastar. A fortaleza cinzento-azulada de Sacsahuamán, em Cuzco, por exemplo, fazia parecer pequenas mesmo as pirâmides astecas. Alguns dos seus blocos mediam 11m de lado. As cidades eram amplas com ruas pavimentadas e sempre com uma mansão disponível para o sol, caso ele se cansasse de suas viagens pelo céu.