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Pré-história na Mesopotâmia

Mesopotâmia é uma palavra de origem grega que significa "entre rios

Mesopotâmia é uma palavra de origem grega que significa “entre rios

Introdução:

Por volta de 3000 Antes da Nossa Era, no começo da história, as primeiras grandes civilizações tiveram sua origem nas bacias dos grandes rios da Mesopotâmia, ou seja, ao longo das bacias dos grandes rios da Mesopotâmia, ao longo do Nilo no Egito e do Ganges na Índia. A Mesopotâmia é uma estreita faixa de terra situada na Ásia Ocidental, entre as mesetas do Irã, a Armênia, os desertos da Síria e da Arábia e o Golfo Pérsico. Seu clima é extremado com rigorosos invernos e ardentes verões. A parte sul, mais fértil, chamava-se Caldéia. Ao norte, numa região montanhosa, desolada, com escassas pastagens, encontrava-se a Assíria. A fertilidade do seu solo deve-se aos rios Tigre e Eufrates, que nascem nas montanhas da Armênia e deságuam no golfo Pérsico.

Neste relato, veremos de forma breve como estas civilizações começaram. Civilização aqui deve ser entendido no seu sentido literal, do latim civitas ou cidade: dentro do desenvolvimento de cidades-estado, que pode ser chamado de revolução urbana.

O Paleolítico é um período cultural bem definido, que coincide com o período geológico Pleistoceno, cobrindo os períodos desde a Era Glacial que durou desde cerca de 500000 até 8500 ANTES DA NOSSA ERA. Por volta do Médio Paleolítico (cerca de 40000 ANTES DA NOSSA ERA), ao Paleolítico Posterior (até ~15000 ANTES DA NOSSA ERA), são encontrados habitats humanos em acampamentos e cavernas, com uma economia baseada em forragens, espécies selvagens e caça de pequenos animais. No período Epi-Paleolítico (até ~8500 ANTES DA NOSSA ERA) já são vistos os primeiros sinais de vilas, mostrando indícios de seleção de espécies e algum controle de animais e rebanhos selvagens.

O período Neolítico (Nova Idade da Pedra) coincide com uma nova era geológica. Nesta fase, temos os períodos culturais da Idade do Bronze e Idade do Ferro. Estas eras são caracterizadas pelo uso de certos implementos e minerais. A linha de transição difusa entre o Paleolítico e o Neolítico é algumas vezes chamada de Mesolítico.

Neolítico (Nova Idade da Pedra): Começa uma lenta, mas irreversível mudança nos métodos de coleta de alimentos pela caça, pesca e coleta de plantas/frutas. Estes foram gradualmente sendo substituídos pela criação de animais domésticos e pela agricultura. Esta mudança ocorre juntamente com a alteração do modo de vida nômade para uma vida sedentária. O Neolítico é visto como uma época relativamente pacífica, pois não existem fortificações ao redor das vilas e habitações.

Povoações isoladas a partir de 9000 ANTES DA NOSSA ERA: O Neolítico na Mesopotâmia é caracterizado por uma mudança na localização, distribuição e tamanho das povoações: de acampamentos espalhados em áreas na qual a caça e pesca era abundantes, passam a ser ocupados os grandes vales. As primeiras provas para a domesticação de plantas e animais vêm dos acampamentos datados desta época, e já são vistos em locais esporádicos a partir de 9000 ANTES DA NOSSA ERA; por exemplo, a distribuição de ossos de machos e fêmeas não pode apenas ser explicada apenas pela caça.

O princípio da agricultura: Plantar e colher passa a ocorrer em muitos lugares e em vários períodos. Os primeiros tipos de grãos foram provavelmente a cevada e uma variedade do trigo (espelta). A seleção de grãos também deve Ter sido descoberta de início, de forma quase automática, pois grãos soltos caem na terra quando da colheita. Apesar do desperdício, aqueles grãos que eram levados para casa e que eram plantados novamente davam origem a grãos mais fortes do que os perdidos, e este fato não deve Ter passado desapercebido pelos mesopotâmicos. Plantar também em terra fértil estimula novas e melhores variedades, e todos estes fatos passaram a ser levados em conta pelos primeiros agricultores.

O problema de estocar alimentos: Apesar de seguir princípios simples, uma boa colheita exige a solução de muitos problemas de ordem prática. Um dos grandes problemas com relação ao sedentarismo refere-se a onde estocar os alimentos para preservá-los. A torração de grãos era algo feito com freqüência de acordo com achados em escavações, pois impede a germinação prematura e facilita o processo de peneiragem dos grãos. Uma inovação técnica, o uso da cerâmica, surgiu, para proteger os alimentos de ratos e outros animais. Da cerâmica, eram feitos recipientes para guardar alimentos. Temos evidência deste fato, porque as primeiras construções que podem ser descritas como celeiros eram pequenas ou baixas demais para serem classificadas como moradias.

Cerâmica: Origem: Não se sabe ao certo quando foram feitas as primeiras cerâmicas, mas provavelmente isto se deu ao redor de 6000 ANTES DA NOSSA ERA. Por cerca de 5000 ANTES DA NOSSA ERA o uso da cerâmica era bastante difundido. O tipo de argila ou lama, o uso de elementos decorativos e acabamento são sinais usados por arqueólogos para datar estes artefatos e identificar suas distribuições geográficas. A distribuição também indica sinais de comércio por distâncias maiores, mesmo nos tempos iniciais.

Cerâmica de Halaf : Encontrada em Tell Halaf, ou Tell Halif, no Norte da Síria é uma das primeiras a ser identificada. O período de Halaf ocorre a cerca de 4000 ANTES DA NOSSA ERA. É uma cerâmica delicada e indica o começo da especialização dos artesãos. O número pequeno destas cerâmicas indica que eram também consideradas artigos de luxo.

O Período de Ubaid-(4000-3500 ANTES DA NOSSA ERA):

Período chamado assim pela cerâmica encontrada no local chamado de Tell el-Ubaid no sul do Iraque. As características desta cerâmica são formas concêntricas e onduladas. O uso deste modelo por outras regiões indica uma economia semelhante e alto grau de profissionalismo. A roda do oleiro (introduzida na transição do Período de Uruk) passa a ser encontrada apenas nas regiões mais desenvolvidas. A roda do oleiro exigia uma argila melhor de ser trabalhada, que é obtida com a adição de elmentos especiais, ou seja, como por exemplo, óxido de ferro, que confere uma cor marrom-avermelhada típica ao produto.

Comunidades de vilarejos (6000-3000 ANTES DA NOSSA ERA): Os primeiros povoamentos isolados são encontrados nos vales de pequenos rios nas montanhas de Zagros e nas pequenas planícies também de vales. Novas povoações parecem-se com comunidades de vilarejos, próximas umas às outras, em locais onde os rios correm para vales maiores e onde os rios são mais fáceis de serem controlados. O clima mais seco (começando em cerca 3500 ANTES DA NOSSA ERA) faz com a irrigação comece a desempenhar seu papel na agricultura.

Melhor controle sobre a colheita e a criação de animais domésticos, bem como o uso intensivo da agricultura aumentou a produção de alimentos, fazendo com que maiores comunidades passassem a existir. A proximidade dos vilarejos tornava mais fácil a comunicação e a interação entre as mesmas. Isto estimulou o intercâmbio cultural e econômico, mas também trouxe a possibilidade de conflitos. O surgimento de regras e acordos para evitar ou resolver conflitos surge como um fator importante no processo da civilização, sendo considerados mais importantes do que a necessidade administrativa de maior cooperação nos trabalhos de irrigação.

O povoamento das planícies do extremo sul da Mesopotâmia ocorre mais tarde. A irrigação destas planícies, como o sabemos segundo textos babilônicos posteriores, com seus longos canis e falta de água suficiente, exige um sistema de administração de recursos eficiente, o que ocorreu em épocas mais avançadas no tempo.

Cidades Neolíticas de exceção: Há exceções ao modelo padrão recém descrito para a Mesopotâmia. Houveram excepcionais cidades neolíticas datadas do sexto e do quinto milênio antes da nossa era, como Jericó (vale da Jordânia) e Catal Höyük na Turquia, que mostram grande diversidade nas formas de habitação. Mas estas cidades não são a regra para o desenvolvimento da região, tendo em vista o grande período de tempo transcorrido entre o desenvolvimento das construções e a época áurea de desenvolvimento das cidades-estado mesopotâmicas, que deu-se por volta de 3000 ANTES DA NOSSA ERA.

Uso de metais: Metais e minérios de metais já são usados e colecionados no período Neolítico, principalmente como uma curiosidade, por ser esteticamente simples e atraente: eles são raros e bonitos. Como outras pedras preciosas, tem sido encontrados metais no período Neolítico em locais bem afastados dos ambientes no qual ocorrem normalmente, também como presentes funerários. Eles eram objetos atraentes, conferindo status ao seu possuidor. Apreciados em especial eram a prata e o ouro. Indústria de mineração: É conhecida desde o final do Paleolítico e uma indústria bem desenvolvida no período Neolítico.

O cobre, fácil de ser trabalhado, começa a ser usado, e se descobre que o calor pode recuperar as propriedades do metal, em caso de quebras ou lascas. Simples artefatos de cobre foram encontrados em vilas da Turquia, trabalhados com o uso do martelo, a cerca de 7000 Antes da Nossa Era.

Metalurgia: Os principais metais trabalhados são o cobre, o chumbo, a prata e o bronze.

Povos Mesopotâmicos : Sumérios – Os criadores da primeira grande civilização mesopotâmica foram os sumérios. Provavelmente originaram a Ásia central, os sumérios, por volta do ano 3500 a.C., fixaram-se ao sul da Mesopotâmia, na região em que os rios Tigres e Eufrades desembocam no Golfo Pérsico. Aí estabelecidos, desenvolveram técnicas hidráulicas para armazenar a água que seria usada nos períodos de seca e para controlar as cheias dos dois grandes rios, evitando a destruição das plantações.

Os sumérios desenvolveram um sistema de leis baseados nos costumes, foram habilíssimos nas práticas comerciais e criaram o sistema de escrita cuneiforme, assim chamado porque escreviam em plaquetas de argila com um estilete em forma de cunha.

Os sumérios organizavam-se politicamente em cidades-Estados como Ur, Nipur e Lagash. Cidade-Estado é a comunidade urbana soberana, ou seja, uma unidade política com características de Estado soberano.

Cada uma dessas cidades era independente e governada por um patesi, que exercia as funções de primeiro-sacerdote do deus local, governador, chefe militar e supervisor das obras hidráulicas.

Depois de longo tempo de autonomia, as cidades sumerianas se enfraqueceram, devido às lutas pela gemonia política. O enfraquecimento possibilitou as invasões de vários povos semitas.

Amoritas – O Primeiro Império Babilônico – Entre os invasores estavam os amoritas, que se estabeleceram na cidade de Babilônia, Na Média Mesopotâmia. Hamurábi, omais importante rei da Babilônia, tornou-se famoso por ter elaborado o primeiro código de leis escritas de que se tem notícia. As punições previstas pelos Código de Hamurábi variarvam de acordo com condição social da vítima e do infrator. Dele se extraiu a Lei de Talião: “Olho por olho, dente por dente…”

Sob o comando de Hamurábi os babilônios conquistaram toda a Mesopotâmia e criaram um Estado unificado. Nascia então o primeiro Império Babilônico. Cada cidade passava a ser governada por homensescolhidos pelo imperador.

Assírios – Depois da morte de Hamurábi, o esplendor da Babilônia não durou muito. Anos mais tarde toda a Mesopotâmia foi conquistada pelos assírios, povo que vivia nas regiões áridas e inférteis do norte mesopotâmico, em cidades como Nínive e Assur.

A crueldade era uma das principais características dos querreiros assírios. Para eles a guerra era essencial, pois viviam do saque, da escravidão e dos impostos e tributos pagos pelos povos que submetiam.

O império assírio foi destruído em 612 a.C. pelos caldeus.

Caldeus – O Novo Império Babilônico – Com os caldeus, A Babilônia recuperou seu resplendor. No reinado de Nabucodonosor, o Novo Império Babilônico atingiuseu apogeu. Suas terras se estendiam por quase todo o Oriente Médio, limitando-se com o Egito.

A Babilônia enriqueceu-se e embelezou-se com grandes obras publicas, como os até hoje famosos jardins suspensos construídos por Nabucodonosor, tornando-se a mais notável cidade do Oriente .

Em 539 a.C. a Babilônia foi conquistado pelos exércitos dos persas. A vitória foi facilitada pelo apoio dos sacerdotes e comerciantes babilônicos, que se aliaram aos invasores em troca da manutenção de seus privilégios.

Sociedade e Economia: Independentemente dos povos que ocuparam a Mesopotâmia, podemos generalizar e dividir a sociedade, nos diferentes, em: classes privilegiadas (sacerdotes, nobres, militares e comerciantes) e não-privilegiadas (artesãos, camponeses e escravos).

No topo dessa organização socialestava o rei, considerado como representante de um determinado deus na Terra.

As classes privilegiadas os altos cargos públicos e monopolizavam o poder, a riqueza e o saber. Viviam ricamente da exploração do trabalho das massas não-privilegiadas.

Na Mesopotâmia as terras cultiváveis pertenciam aos deuses; por isso a maior parte delas era propriedade dos templos e dos governantes.

Essas terras eram entregue aos camponeses para o cultivo de cevada, trigo, legumes, árvores frutíferas como a macieira, o pessegueiro, a ameixeira, a pereira e, principalmente, a tamareira. Pelo direito de cultivar o solo os camponeses eram obrigados a entregar aos sacerdotes parte do que produziam.

Como grandes proprietários e grandes exploradores do trabalho dos camponeses, artesãos e escravos, os sacerdotes acumulavam grandes fortunas.

Além de serem explorados em sua mão-de-obra pela elite latifundiária, os camponeses e os escravos eram obrigados a trabalhar coletivamente na construção de obras hidráulicas e de obras públicas.

Cultura : Religião – A religião mesopotâmica era politeísta e antropomórfica. Cada cidade tinha seu deus, cultuando como todo poderoso e imortal. Os principais deuses eram: Anu, deus do céu; Shamash, deus do Sol e da justiça; Ishtar, deusa do amor; e Marduk, criador do céu, da Terra, dos rios e dos homens.

Além de politeístas, os mesopotâmicos acreditavam e gênios, demônios, advinhações e magias. Procuravam viver intensamente, pois achavam que os mortos permaneciam num mundo subterrâneo e sem esperanças de uma nova vida. Para eles a vida cotidiana e o futuro das pessoas podiam ser determinados pela posição dos astros no céu. Os sacerdotes se aproveitaram das crendices para divulgar a astrologia, elaborar os horóscopos e monopolizar as previsões diárias através da leitura dos astros.

Artes, Escrita e Ciências – A principal arte da antiga Mesopotâmia foi, sem dúvida, a arquitetura, principalmente voltada para a construção de templos e palácios.

Os templos, chamados zigurates, possuiam na parte superior uma torre piramidal de base retangular, composta de vários pisos superiores. Provavelmente só os sacerdotes tinham acesso à torre, que tanto podia ser um santuário como um local de observação de astros.

A pintura e a escultura eram artes decorativas. Retratavam principalmente temas religiosos e guerreiros e embelezavam o interior dos templos e palácios, com destaque para baixos-relevos para assírios.

Os mesopotâmicos utilizavam a escrita cuneiforme criada pelos sumérios. Essa escrita, como as demais, é uma extraordinária fonte histórica, pois, através da leitura das plaquetas que chegaram até nós, podemos conhecer parte das leis, da literatura, das criações científicas, das práticas comerciais e religiosas e do comportamento social dos povos que viveram entre os rios Tigre e Eufrades.

Os babilônicos acreditavam na existência de uma relação entre os astros e o destino dos homens, e, por isso mesmo, a astronomia era sua ciência predileta. Eles foram os primeiros a fazer a distição entre planetas e estrelas, a observar várias fases da Lua, os eclipses e etc. Criaram os sígnos do zodíaco, dividiram o ano em 12 meses, a semana em 7 dias e o dia em 12 horas duplas.

Foram também os principais responsáveis pelo desenvolvimento da matemática.

Bibliografia:

http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil

http://www.consulteme.com.br/histgeral/mesopot.htm

http://www.geocities.com/SunsetStrip/Lounge/3926/4.htm