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Sobre 2020 e o COVID 19

Prof Fernanda fala sobre covid19, vacina e isolamento social

Foto de Daniele Levis Pelusi no Unsplash

O ano de 2020 foi difícil para todos nós, houve uma mudança radical no estilo de vida, nossa liberdade de ir e vir foi comprometida e o risco de contaminação fez com que ficássemos em casa. O texto de hoje não é um texto puramente científico, é uma reflexão mais algumas considerações sobre nosso comportamento nesse final de ano e sobre a credibilidade das diversas vacinas que foram desenvolvidas.

Primeiramente gostaria de dizer a todos, em letras maiúsculas, pois realmente estou gritando para que todos ouçam: FIQUEM EM CASA!

Vejo muitos de meus amigos viajando, alegando que não conseguem mais ficar presos. A esses parabenizo pelo egoísmo. Não são só vocês que estão presos em casa e, ao sair, não usar máscara e aglomerar, podem contaminar qualquer um que cruze seu caminho. Simples: o curso de qualquer doença é diferente em cada organismo, há uma máxima da medicina, que eu aprendi com uma professora muito querida “na medicina, nem nunca, nem sempre”. Aquilo que pode ser inócuo para alguns, e é para muitos, pode ser mortal para outros. Pelo seu prazer de fim de semana ou pelas férias tão desejadas na Amazônia você pode prejudicar imensamente alguém, e esse alguém pode ser você.

Outra questão que tem levantado opiniões discordantes: será que uma vacina desenvolvida tão rapidamente é efetiva e segura? Aqui apresentarei dois motivos que propiciaram seu desenvolvimento em tão pouco tempo.

1) A tecnologia empregada nessas vacinas, assim como o mecanismo de vírus semelhantes como SARS e MERS vinham sendo pesquisados há muito tempo. Não são mega descobertas inovadoras que surgiram do nada, na ciência essas coincidências não existem. É o esforço de muitas pesquisas, feitas por muito tempo que culminaram na produção dessas vacinas.

2) O protocolo de testes de vacinas é extenso e muito complexo, porém temos que entender que essa situação atípica afetou todo o planeta então houve um esforço supranacional para que essa vacina fosse desenvolvida rapidamente para que pudéssemos voltar a normalidade. O financiamento para essas pesquisas foi imenso e isso propiciou uma fase de testes conduzida de forma correta em pouco tempo, agilizando todo esse processo que em uma situação normal poderia durar anos ou mais de uma década.

Questionar as coisas sempre é importante, mas vejo que a visão política tem turvado o bom senso fazendo com que pessoas que não façam ideia dos processos envolvidos na área da saúde se tornem experts no assunto. Muitos apostaram na Ivermectina ou na Cloroquina, medicamentos cuja eficácia em tal situação foi veementemente contestada.

Devemos estar cientes de que o programa de vacinação brasileiro, antes referência mundial de qualidade e abrangência, tem sido desfalcado por teorias conspiratórias de diversas vertentes e as quais, se analisarmos com um pouco mais de profundidade, não fazem o mínimo sentido. Além disso, devo lembrar que a vacinação é um pacto coletivo: a gente imuniza a maior parte da população para que possamos proteger aqueles que não podem ser vacinados. Não se vacinar é colocar o outro deliberadamente em risco.

As fases de testes comprovaram que as vacinas são eficazes e com baixa taxa de incidência de efeitos colaterais, como todas as outras, mas fake-news colocam esses índices como impróprios em uma perspectiva unilateral.  Pergunto a todos vocês: quando, na vida de uma pessoa como paciente, ela teve que assinar algo isentando laboratórios dos efeitos colaterais? Isso não existe, pois qualquer medicação tem um efeito colateral incidental em alguém, mas os benefícios são maiores que o ônus.
Informem-se. Estou a disposição para dúvidas. Sejam coerentes e empáticos. Não deixem que o posicionamento político ofusque todo o esforço feito pela ciência nos últimos meses.

Feliz 2021! Que o ano que chega seja melhor que 2020 e que nós sejamos melhores também.