No dia 26 de janeiro de 2025, um evento raro capturou a atenção de biólogos, fotógrafos e internautas ao redor do mundo: o avistamento de um peixe abissal conhecido como “diabo negro” (Melanocetus johnsonii) nadando próximo à superfície, a apenas dois quilômetros da costa de Tenerife, nas Ilhas Canárias, Espanha. O registro, feito por pesquisadores da ONG Condrik Tenerife, foi histórico, pois essa espécie, que normalmente habita profundezas entre 200 e 2.000 metros, raramente é vista em águas rasas e à luz do dia. No entanto, a morte do animal pouco tempo após o avistamento gerou uma onda de comoção, especulação e reflexões nas redes sociais.
Um Avistamento Histórico
O “diabo negro” é um peixe abissal famoso por sua aparência peculiar e pela bioluminescência de seu apêndice dorsal, usado para atrair presas nas profundezas escuras do oceano. Popularizado pela animação Procurando Nemo (2003), onde aparece como um predador assustador, o Melanocetus johnsonii é raramente observado vivo, especialmente em condições tão incomuns. Segundo a ONG Condrik Tenerife, este pode ter sido o primeiro registro mundial de um exemplar adulto vivo na superfície, à luz do dia, algo que até então se limitava a larvas, espécimes mortos ou imagens capturadas por submarinos.
O fotógrafo marinho David Jara e os biólogos Laia Valor, Marc Martín e Antonio Sabuco, que participaram da expedição, descreveram o momento como surpreendente. “Vimos algo estranho na água, parecia um objeto negro. Quando nos aproximamos, percebemos que era o diabo negro”, relatou Laia Valor ao jornal espanhol El Mundo. O vídeo do avistamento, compartilhado nas redes sociais da ONG, rapidamente viralizou, alcançando mais de 92,5 milhões de visualizações no TikTok e gerando uma avalanche de reações.

A Morte do Peixe e as Hipóteses Científicas
Após o registro, os pesquisadores perceberam que o peixe estava debilitado e não sobreviveria na superfície. O exemplar, uma fêmea, foi recolhido e transportado para o Museu de Natureza e Arqueologia (MUNA), em Santa Cruz de Tenerife, para estudos detalhados. A bióloga Laia Valor confirmou à agência EFE que o animal morreu, e os cientistas agora buscam entender o que o levou a subir à superfície.
As hipóteses levantadas incluem:
- Doença ou desorientação: O biólogo Pedro Henrique Tunes, mestre em zoologia pela UFMG, explicou em posts no X (antigo Twitter) que o peixe provavelmente estava doente, o que poderia ter causado sua desorientação. “Provavelmente o animal estava doente para subir tanto assim”, afirmou.
- Correntes ascendentes: Outra possibilidade é que uma corrente oceânica tenha levado o peixe para águas rasas.
- Fuga de predadores: Embora menos provável, o animal pode ter subido para escapar de um predador nas profundezas.
Tunes também desmentiu mitos que circularam nas redes, como a ideia de que a aparição do peixe seria um “aviso da natureza” ou um presságio de catástrofes, como tsunamis. “Sempre existem boatos de que peixes abissais na superfície são sinal de tsunami, mas isso é um mito, não há evidências”, complementou.
Reações nas Redes Sociais: Melancolia e Simbolismo
A morte do “diabo negro” não apenas despertou curiosidade científica, mas também gerou uma onda de reflexões poéticas e melancólicas nas redes sociais. O peixe foi apelidado de “Ícaro” por alguns internautas, em referência ao mito grego do jovem que voou perto demais do sol e caiu. “O peixe abissal subindo à superfície cheia de luz para morrer depois de viver na escuridão das profundezas é talvez a imagem mais poética que poderia ocorrer à natureza”, escreveu um usuário no X.
O Legado do “Diabo Negro”
A aparição e morte do “diabo negro” não apenas marcaram um momento histórico para a ciência, mas também reacenderam o interesse público pelos mistérios do oceano. O espécime no MUNA permitirá estudos detalhados sobre sua biologia, dieta, reprodução e possíveis impactos das mudanças climáticas em seu habitat. Segundo especialistas, eventos como esse podem ser indicadores de alterações nos ecossistemas marinhos, como mudanças nas correntes oceânicas ou condições ambientais.
Para o público, o “diabo negro” tornou-se um símbolo de resiliência, melancolia e curiosidade. Sua breve jornada à superfície, embora tenha terminado em morte, inspirou reflexões sobre a fragilidade da vida e a vastidão desconhecida do fundo do mar. Como destacou um usuário no X, “Estamos tão necessitados de fé e motivação neste mundo que nos identificamos com um peixe enfermo — que só por pura casualidade foi capturado em vídeo antes de sua morte — um símbolo de esperança e alienação”.
Fontes:
Informações científicas baseadas em declarações de biólogos e pesquisadores da ONG Condrik Tenerife e especialistas como Pedro Henrique Tunes.
Notícias e reportagens: UOL, Folha de S.Paulo, Terra, Exame, CNN Brasil, Correio Braziliense, G1, O Globo, Canaltech, Um Só Planeta.
Posts no X (antigo Twitter) mencionados, refletindo reações públicas e especulações.

A Morte do Peixe e as Hipóteses Científicas
Após o registro, os pesquisadores perceberam que o peixe estava debilitado e não sobreviveria na superfície. O exemplar, uma fêmea, foi recolhido e transportado para o Museu de Natureza e Arqueologia (MUNA), em Santa Cruz de Tenerife, para estudos detalhados. A bióloga Laia Valor confirmou à agência EFE que o animal morreu, e os cientistas agora buscam entender o que o levou a subir à superfície.
As hipóteses levantadas incluem:
- Doença ou desorientação: O biólogo Pedro Henrique Tunes, mestre em zoologia pela UFMG, explicou em posts no X (antigo Twitter) que o peixe provavelmente estava doente, o que poderia ter causado sua desorientação. “Provavelmente o animal estava doente para subir tanto assim”, afirmou.
- Correntes ascendentes: Outra possibilidade é que uma corrente oceânica tenha levado o peixe para águas rasas.
- Fuga de predadores: Embora menos provável, o animal pode ter subido para escapar de um predador nas profundezas.
Tunes também desmentiu mitos que circularam nas redes, como a ideia de que a aparição do peixe seria um “aviso da natureza” ou um presságio de catástrofes, como tsunamis. “Sempre existem boatos de que peixes abissais na superfície são sinal de tsunami, mas isso é um mito, não há evidências”, complementou.
Reações nas Redes Sociais: Melancolia e Simbolismo
A morte do “diabo negro” não apenas despertou curiosidade científica, mas também gerou uma onda de reflexões poéticas e melancólicas nas redes sociais. O peixe foi apelidado de “Ícaro” por alguns internautas, em referência ao mito grego do jovem que voou perto demais do sol e caiu. “O peixe abissal subindo à superfície cheia de luz para morrer depois de viver na escuridão das profundezas é talvez a imagem mais poética que poderia ocorrer à natureza”, escreveu um usuário no X.
O Legado do “Diabo Negro”
A aparição e morte do “diabo negro” não apenas marcaram um momento histórico para a ciência, mas também reacenderam o interesse público pelos mistérios do oceano. O espécime no MUNA permitirá estudos detalhados sobre sua biologia, dieta, reprodução e possíveis impactos das mudanças climáticas em seu habitat. Segundo especialistas, eventos como esse podem ser indicadores de alterações nos ecossistemas marinhos, como mudanças nas correntes oceânicas ou condições ambientais.
Para o público, o “diabo negro” tornou-se um símbolo de resiliência, melancolia e curiosidade. Sua breve jornada à superfície, embora tenha terminado em morte, inspirou reflexões sobre a fragilidade da vida e a vastidão desconhecida do fundo do mar. Como destacou um usuário no X, “Estamos tão necessitados de fé e motivação neste mundo que nos identificamos com um peixe enfermo — que só por pura casualidade foi capturado em vídeo antes de sua morte — um símbolo de esperança e alienação”.
Fontes:
- Notícias e reportagens: UOL, Folha de S.Paulo, Terra, Exame, CNN Brasil, Correio Braziliense, G1, O Globo, Canaltech, Um Só Planeta.
- Posts no X (antigo Twitter) mencionados, refletindo reações públicas e especulações.
- Informações científicas baseadas em declarações de biólogos e pesquisadores da ONG Condrik Tenerife e especialistas como Pedro Henrique Tunes.