Recentemente, Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, causou um grande alvoroço internacional ao declarar que não descarta usar força econômica para anexar o Canadá e tomar o controle da Groenlândia e do Canal do Panamá. Essas declarações foram feitas durante uma entrevista coletiva, onde Trump enfatizou a necessidade de controlar esses territórios para garantir a segurança nacional dos Estados Unidos.
Groenlândia: Um Alvo Estratégico
Canal do Panamá: Uma Questão de Segurança Econômica
O Canal do Panamá, uma das rotas marítimas mais importantes do mundo, foi controlado pelos Estados Unidos até 1999, quando foi devolvido ao Panamá por meio de tratados internacionais. Trump criticou o acordo, alegando que o país tem sido explorado economicamente desde então e que o controle americano é essencial para a segurança econômica dos EUA. Ele mencionou que a China teria uma influência significativa sobre o canal, o que poderia ameaçar os interesses americanos.
Canadá: A Ameaça de Tarifas e Anexamento
Em relação ao Canadá, Trump afirmou que os Estados Unidos gastam muito para proteger o país vizinho e sugeriu que uma fusão territorial seria mais simples e eficiente. Ele ameaçou aplicar tarifas sobre produtos canadenses como madeira e carros, defendendo que a “força econômica” dos EUA poderia convencer o Canadá a se integrar aos Estados Unidos. Essa declaração foi recebida com desdém pelo primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, que afirmou categoricamente que o Canadá jamais se tornaria parte dos Estados Unidos.
O Que Está Por Trás Disso?
Reações Globais
As ameaças de Trump de anexar o Canadá e tomar o controle da Groenlândia e do Canal do Panamá levantam questões sobre o futuro das relações internacionais e a política externa dos EUA. Enquanto alguns veem isso como bravata de um negociador ardiloso, outros temem que se trate de um sinal de uma política expansionista mais agressiva. A situação continuará a ser um ponto focal de debate e análise nos próximos anos.
Análise das Motivações
- Estratégia de Negociação: Trump é conhecido por usar a retórica como uma ferramenta de negociação. Essas ameaças podem ser uma maneira de pressionar Canadá, Dinamarca, e Panamá para obter concessões em outros aspectos das relações bilaterais.
- Interesses Econômicos e Militares: A Groenlândia e o Canal do Panamá são pontos estratégicos. A Groenlândia possui vastos recursos naturais e uma posição crucial no Ártico, enquanto o Canal do Panamá é uma via marítima fundamental para o comércio global.
- Revanchismo e Nacionalismo: Há uma corrente de pensamento entre alguns apoiadores de Trump que valoriza uma América mais agressiva e expansionista, revivendo a ideia de que os EUA deveriam ser uma superpotência sem contestação.
- Desafio à Ordem Internacional: As ações de Trump podem ser interpretadas como um desafio às normas internacionais de soberania e não-interferência, testando os limites do que a comunidade internacional permitiria.
História do Canal do Panamá
Primeiros Projetos e Tentativas
- Século XVI: A ideia de um canal através do Panamá remonta ao tempo dos exploradores espanhóis, com Vasco Núñez de Balboa sendo o primeiro europeu a cruzar o istmo do Panamá em 1513.
- Século XIX: Com o aumento do comércio mundial e a necessidade de rotas mais rápidas, várias propostas surgiram. Em 1879, o engenheiro francês Ferdinand de Lesseps, conhecido por construir o Canal de Suez, liderou um projeto para construir um canal a nível do mar no Panamá, então parte da Colômbia.
A Tentativa Francesa
- 1881-1889: A França iniciou a construção, mas enfrentou enormes desafios, incluindo doenças tropicais como a febre amarela e a malária, além de problemas de engenharia e corrupção. O projeto acabou falhando, resultando na falência da Compagnie Universelle du Canal Interocéanique em 1889.
A Intervenção Americana
- 1903: Após a falência francesa, os Estados Unidos mostraram interesse no projeto. O Panamá declarou independência da Colômbia com apoio americano, e logo depois, em 1903, foi assinado o Tratado Hay-Bunau-Varilla, que concedia aos EUA os direitos de construir e administrar o canal.
- 1904-1914: Sob a direção do exército dos EUA e do engenheiro George Washington Goethals, o canal foi construído utilizando um sistema de eclusas, que permitia o trânsito de navios sobre terrenos elevados. A luta contra as doenças foi liderada pelo médico William C. Gorgas, que implementou medidas sanitárias que salvaram milhares de vidas.
- 1914: O Canal do Panamá foi inaugurado oficialmente em 15 de agosto de 1914, com o navio SS Ancon sendo o primeiro a atravessar.
Administração Americana
- 1914-1979: Os EUA controlaram e operaram o canal, o que teve um impacto significativo no comércio global, reduzindo significativamente o tempo de viagem entre o Atlântico e o Pacífico.
Devolução ao Panamá
- 1977: Os Tratados Torrijos-Carter foram assinados, estabelecendo um processo para a transferência gradual do controle do canal para o Panamá, a ser completada até o final de 1999.
- 1999: Em 31 de dezembro de 1999, o Canal do Panamá foi oficialmente devolvido ao Panamá, encerrando quase um século de administração americana.
Modernização e Expansão
- Século XXI: O Panamá investiu em expansões significativas do canal para acomodar navios maiores, conhecidos como Neo-Panamax. A expansão foi concluída em 2016, adicionando um novo conjunto de eclusas que permitiu um aumento significativo no tráfego e na capacidade do canal.
Impacto Econômico e Cultural
Fontes:
- https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/01/08/trump-ameaca-anexar-canada-e-tomar-groenlandia-e-canal-do-panama-o-que-esta-por-tras-disso.ghtml
- https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/01/08/retorica-do-medo-por-que-trump-ameaca-tomar-a-forca-a-groenlandia-e-o-canal-do-panama.ghtml