Fernão Lopes – o primeiro cronista e o primeiro historiador de Portugal foi nomeado guarda-mor da Torre do Tombo por D. Duarte em 1418 e, em 1434, incubido de escrever a crônica de antigos reis. Ele foi o primeiro a descrever a sociedade portuguesa e estados psicológicos de personagens sem supervalorizar feitos fantásticos.
Com as preocupações econômicas e burguesas, a poesia cai em desuso, voltando com o rei D. Afonso V a partir de 1450, porém, é uma poesia palaciana, aristocrática e rebuscada comparada às cantigas trovadorescas. Implica no aprimoramento técnico, o texto agora passa a buscar sua expressividade em si mesmo enquanto linguagem artística fazendo uso constante e consciente de rimas, métricas e ritmos bem marcados, de ambigüidades e jogos de palavras, de aliterações e figuras de linguagem. Quanto ao conteúdo há ainda um pouco do lírico trovador e ecos do Humanismo e Renascimento que trazem em seu interior duas tendências opostas: amor platônico e amor sensual.
A segunda época medieval (séc. XV e início do XVI) representa para a literatura portuguesa a maturidade literária da primeira época e, ao mesmo tempo, a preparação e a transição para o Renascimento português do séc. 16.
Importância de Fernão Lopes para a tradição literária portuguesa:
– explorou e ampliou a capacidade de expressão da língua portuguesa;
– com suas técnicas narrativas contribuiu para a evolução do gênero;
– nacionalismo e espírito de coletividade.
GIL VICENTE
Repórter de seu tempo, suas composições teatrais constituem o mais precioso e completo documento da vida e dos costumes do povo português no início do séc. 16.