1. INDÚSTRIA DA SECA
A seca é um dos principais problemas enfrentados pelos nordestinos. Ao longo da
história do Brasil, muitos foram os projetos para tentar reverter essa situação. Quase
sempre, porém, o dinheiro destinado a esses projetos foi mal aplicado ou desviado,
servindo para o enriquecimento de muitas pessoas e instituições que se apropriavam da
verba.
2. REFORMA AGRÁRIA
Outro tema recorrente no poema é o da reforma agrária, ou seja, redistribuição da
terra para as pessoas que possam trabalhar no campo, produzindo mais bens de consumo
e promovendo o desenvolvimento. João Cabral de Melo Neto, em seu poema, defende essa
teoria em vários momentos do livro, denunciando a grilagem e deixando claro que o
trabalhador não terá possibilidade de realizar o sonho de ter sua terra.
3. VIOLÊNCIA NO CAMPO
Em vários pontos do Brasil são tratados como comuns os casos em que um
fazendeiro patrocina a morte de donos de pequenas propriedades próximas às fazendas.
No poema, João Cabral elabora a metáfora da ave-bala para representar esse tipo de crime
e mostrar que o latifundiário não admite o crescimento dos pequenos proprietários.
almas, mas então por que o mataram com espingarda? — Queria mais
espalhar-se, irmão das almas, queria voar mais livre essa ave-bala.
4. MOVIMENTO DO CAMPO PARA AS CIDADES
Embora o texto seja focado na figura de Severino, fica evidenciado que esse homem
representa toda uma massa de nordestinos que emigram de suas terras em busca de
serviço e de um lugar mais ameno para si e para sua família.
5. FOME
A situação de seca tem como uma das consequências a fome que se espalha entra
as pessoas. Em vários momentos do livro, o autor lembra que a forme é um fator
determinante das atitudes dos homens, que acabam encarando esse problema com uma
espécie de consciência resignada, mas na qual cabe o sentimento de revolta.
6. SOLIDARIEDADE
Em vivendo em situações adversas, as personagens do poema, em muitos
momentos contam com a solidariedade como forma de manter o equilíbrio social, ou pelo
menos tentar. Severino, mesmo cansado da exaustiva viagem, não se furta em ajudar a
carregar a rede para aliviar o peso dos demais caminhantes. Da mesma forma, no
nascimento do menino, as pessoas mais carentes levam presentes para o recém-nascido,
desejando-lhe um futuro melhor que o de seus pais, parentes e vizinhos.
7. MORTE E VIDA EM SUAS DIVERSAS FACES
A morte ronda a personagem ao longo de todo o poema. Contudo não apenas o protagonista se vê na iminência da morte. Todos os retirantes passam pelo mesmo problema e sabem que podem ser vítimas de emboscada, da fome, de sede, de doenças variadas. Os lexemas utilizados pelo autor – cemitério, defunto, enterro, cova, encomendar etc. – rementem o tempo todo para a presença da morte, às vezes, da morte em vida, como é o caso de Severino. Porém a criança que nasce aparece como um símbolo de resistência, de vida, como ocorre na parte final do poema.