1. Introdução
O solo (agrícola) é constituído por rocha intemperizada, ar, água e matéria orgânica, formando um mato que recobre a rocha em decomposição.
2. Intemperismo Físico ou Desagregação Mecânica
Na superfície da crosta terrestre as rochas expostas estão sujeitas a grande variação diuturna e/ou anual de temperatura e, portanto, grande variação no seu volume, decorrente da dilatação e contração dos minerais que as constituem. Essa dinâmica rompe, divide a rocha em fragmentos cada vez menores.
3. Intemperismo ou Decomposição Química
Decorre da reação química entre a rocha e soluções aquosas. Caso a rocha tenha sofrido prévio intemperismo físico, a decomposição química se acelera por atuar em fragmentos da rocha, ou seja, a superfície de contato aumenta.
O intemperismo (químico ou físico) está diretamente relacionado ao clima. Na região Amazônica, onde a pluviosidade é elevada e a amplitude térmica pequena, há intensa ação química. No Deserto do Saara, onde a pluviosidade é baixíssima e a variação diuturna de temperatura muito alta, há intensa ação física, decorrente da variação de temperatura.
Ao sofrer intemperismo a rocha adquire maior porosidade, com decorrente penetração de ar e água, o que cria condições propícias ao surgimento da vegetação e conseqüente fornecimento de matéria orgânica ao solo, aumentando cada vez mais a sua fertilidade.
4. Horizontes do Solo
A matéria orgânica, fornecida pela flora e fauna decompostas, é encontrada principalmente na camada superior da massa rochosa intemperizada que, ao receber ar, água e matéria orgânica, transformou-se em solo agrícola. Essa camada superior é o Horizonte A. Logo abaixo, com espessura variável relacionada ao clima, encontramos rocha intemperizada, ar, água e pequena quantidade de matéria orgânica – Horizonte B. Em seguida, encontramos rocha em processo de decomposição – Horizonte C – e, finalmente, a rocha matriz – Horizonte D – que originou o manto de intemperismo, ou solo, que a recobre. Sob as mesmas condições climáticas, cada tipo de rocha origina um tipo de solo diferente, ligado à sua constituição mineralógica.
Ex: Basalto – Terra Roxa.
Gnaisse – Massapê
OBSERVAÇÃO : Solos sedimentares ou Aluvionais não apresentam horizontes.
5. Erosão Superficial
Corresponde ao desgaste do solo e apresenta três fases:
Intemperismo – Transporte – Sedimentação. Depois de intemperizados, os fragmentos de rocha estão livres para serem transportados pela água que escorre pela superfície (erosão hídrica) ou pelo vento (erosão eólica). No Brasil, o escoamento superficial da água é o principal agente erosivo. À medida em que o horizonte A é o primeiro a ser desgastado, a erosão acaba com a fertilidade natural do solo.
A intensidade da erosão hídrica está diretamente ligada à velocidade de escoamento superficial da água; quanto maior a velocidade de escoamento, maior a capacidade da água transportar material em suspensão e, quanto menor a velocidade, mais intensa a sedimentação.
A velocidade de escoamento depende da declividade do terreno – em áreas planas a velocidade é baixa – e da densidade da cobertura vegetal. Em uma floresta a velocidade é baixa pois a água encontra muitos obstáculos (raízes, troncos, folhas) a sua frente e, portanto, a infiltração de água no solo é alta. Em uma área desmatada a velocidade de escoamento é alta e, portanto, a infiltração de água é pequena.
6. Conservação do Solo
a) Rotação e associação de culturas
Toda monocultura (A) mineraliza o solo pois a planta retira certos minerais (X) e repõe outros (Y). Deve-se, temporariamente, substituir (ou associar) a cultura (A) por outra (B), que retire os minerais repostos por A e reponha no solo os minerais retirados.
b) Controle de Queimadas
A prática de queimada acaba com a matéria orgânica dos solos. Somente em casos especiais, na agricultura, deve-se praticar a queimada para acabar com doenças e pragas.
c) Plantio em curvas de nível e Terraceamento
Curvas de nível são linhas que unem pontos com a mesma cota altimétrica.
Tal prática diminui a velocidade de escoamento superficial da água e, em decorrência, a erosão.
7. Erosão Vertical
A – Lixiviação – é a lavagem dos sais minerais hidrossolúveis (sódio, potássio, cálcio, entre outros), praticada pela água que infiltra no solo, o que lhe retira fertilidade.
B – Laterização
- a formação de uma crosta ferruginosa
- a laterita, vulgarmente chamada Canga – via formação de hidróxidos de ferro e alumínio, o que chega a impedir a penetração de raízes no solo.
A lixiviação e a laterização são sérios problemas em solos de climas tropicais, onde o índice pluviométrico é elevado.