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Como o covid19 pode ser cobrado no Enem

Professor Michel Batista mostra várias jeitos de como este tema pode ser abordado no ENEM

CORONAVIRUS NO ENEM (BIOLOGIA – CIÊNCIAS DA NATUREZA) – prof. MICHEL BATISTA

 H3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.

Há inúmeros casos de textos e vídeos que circularam, especialmente pelas redes sociais, com notícias falsas, baseadas em senso comum e que não correspondem aos conceitos científicos.  Uma que ficou bem conhecida foi a que defendia que o vinagre é mais eficaz do que o álcool par matar o vírus.

H11 – Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos.

A produção de medicamentos e, especialmente, de vacinas pode envolver testes com animais ou até mesmo com humanos. É possível abordar esses procedimentos à luz de preceitos bioéticos.

H13 – Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.

H14 – Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.

H15 – Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.

Para essas habilidades há inúmeras possibilidades.

Comparar surto, epidemia, endemia e pandemia.

Os efeitos do álcool 70% ou do detergente na esterilização das mãos.

Pode-se perguntar sobre o funcionamento do sistema imunológico, a produção de anticorpos, como funciona uma vacina, diferenças entre vacina e soro… Um caso interessante é o uso de plasma de pessoas já curada na obtenção de anticorpos.

O vírus afeta principalmente o sistema respiratório causando uma Síndrome Respiratória Aguda Grave, que é a incapacidade aguda do sistema respiratório em manter a ventilação ou oxigenação adequadas dos pulmões com consequências para o sangue e demais tecidos. É possível nesse campo cobrar sobre esses conceitos de forma direta ou comparar com outras situações que cobrem efeitos semelhantes. É possível ainda estabelecer relações entre a baixa oxigenação e as possíveis consequências em outros órgão ou sistemas.

H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

Não faltam tabelas e gráficos que mostram a expansão da pandemia. um item (nome dado a cada questão do ENEM) pode ser pode ser construído para análise e interpretação de dados.

 

H7 – Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.

H29 – Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas ou produtos industriais.

H30 – Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.

Nesse caso pode-se comparar a eficácia de diferentes medicamentos para o tratamento da covid-19 ou de substâncias para a esterilização de objetos e diferentes superfícies.

Pode ainda abordar a diferença entre tipos de máscaras no bloqueio do vírus.

Discutir a importância do isolamento e do lock-down no combate à pandemia. Diferenciar isolamento horizontal de isolamento vertical e suas repercussões.

Exemplo

Segue um modelo de item que eu elaborei sobre o tema.

Desde o final de 2019, com o surgimento da COVID-19, a comunidade científica mundial tem se mobilizado em busca de descobrir métodos mais eficazes de tratamento dos doentes e de prevenção. O SARS-CoV-2, causador da COVID-19, é a mais nova versão de CORONAVÍRUS, uma família de vírus que causam infecções respiratórias.

As formas de transmissão ainda estão em processo de investigação, mas já se sabe que acontece de pessoa para pessoa. Qualquer pessoa que tenha contato próximo (cerca de 1 metro) com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposta à infecção. Como não existem terapias específicas disponíveis para SARS-CoV-2, a contenção e prevenção de novas propagações será crucial para interromper o surto em andamento e controlar esse novo segmento infeccioso.

A tabela a seguir contém um resumo dos resultados de uma pesquisa sobre a eficácia de alguns agentes biocidas na inativação de outras versões de CORONAVÍRUS.

Adaptado de: Kampf G et al., Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents, Journal of Hospital Infection, https://doi.org/10.1016/j.jhin.2020.01.022.

Considerando que o SARS-CoV-2 sofre o mesmo efeito que os demais vírus de sua família, o mecanismo mais eficiente de desinfecção é por meio do uso de

a) etanol a 90% e hipoclorito de sódio a 0,1% ou a 0,5%.

b) etanol a 90% e hipoclorito de sódio a 0,01% ou a 0,1%.

c) etanol a 70% e hipoclorito de sódio a 0,01% ou a 0,1%.

d) etanol a 70% e hipoclorito de sódio a 0,1% ou 0,5%.

e) etanol e hipoclorito de sódio, em qualquer concentração.

Comentários

H17

Observa-se na tabela que a redução é maior do que 3,0 Log10, ou seja, mais de 1000 cópias/mL, para etanol a 70%, hipoclorito de sódio a 0,1% ou 0,5%. Assim sendo, esses são os meios mais efetivos para desinfecção.